PERDÃO

Não sou sábio nem tolo, tenho apenas momentos de sabedoria e de tolice.

Quando minha mesquinhez tola sobre sai-se , erro; no erro fico fraco e na tentativa de recuperar as forças perdidas cometo novamente um erro, tentar justificar-lo. Minha razão, a qual eu deveria ter usado antes de errar, valendo-me apenas de emoção, esforça se agora para ser útil, tentado mascarar o erro que cometi sem sua presença. Mas mesmo que ela encontre palavras e argumentos suficientes para convencer-se, o coração sente que anida é culpado e nada está resolvido.

Para mudar completamente este quadro de dor, primeiro necessita razão e emoção aceitar o erro, ter consciência de que, sim, estou errado. A partir desse ponto trabalhar primeiro o auto perdão, refletindo a ponto de estar certo que aprendeu a lição e então dar o primeiro passo na busca do perdão alheio. Para tanto, precisamos desvestirmos-nos do orgulho, e então, justamente nesse ponto, nos deparamos com uma muralha, nosso ego. Este vilão, não aceita parecer fraco, nem aceita um não como resposta e tão pouco envergonhar-se pela humilhação que pode sofrer. Tais medos formam uma barreira entre tolice e sabedoria que apenas os corajosos transpassam. Ter coragem não significa ausência de medo, mas sim, decisão de encarar o medo. Cometer um erro é fácil e todos podem cometer, o difícil é ter as virtudes para, se não corrigir, ao menos alcançar novamente a paz interior pela certeza de ter feito minha parte no processo. Coragem para reconhecer que errei, coragem para encarar meu ego, coragem para correr o risco de parecer fraco e humilhado.

Aqui encontro outro problema muito comum por não haver sempre uma boa assimilação do termo. Jesus Cristo, em seus ensinamentos, disse: “aquele humilhar-se a si mesmo será exaltado, aquele que exaltar-se a si mesmo será humilhado”. Este “humilhar-se” usado por Jesus não significa implorar, rastejar diante de homens, isto não faz bem a ninguém pois tira a dignidade de qualquer um. Esta colocação feita por Jesus se refere a não ser soberbo, a não mostrar-se maior que o outro, significa ser humilde, o que é, por sinal, muito diferente que implorar. Humilhar-me, devo apenas diante de Deus, pois ele é único maior, todos os homens são menores que Deus e iguais entre si, por isso humildade ao invés de soberba, esta é a lição.

DIERLEY FERNANDO
Enviado por DIERLEY FERNANDO em 20/10/2011
Código do texto: T3288164
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.