COMO SALVAR UM RELACIONAMENTO



           
Embora tenha aconselhado muitos casais ao longo de minha atividade pastoral, não considero que a questão seja a “minha praia”. 

            Mas vamos lá, pois o assunto interessa muita gente que encontra dificuldade em manter – ou mesmo começar – uma relação saudável e estável.

          Não deixo de me surpreender com dados estatísticos que indicam um crescimento de mais de 60 vezes no número de divórcios em casamentos formais entre 1960 e 2010.

           Pela análise de terapeutas, podemos notar que uma série de fatores influencia a sustentação de um relacionamento, tais como: 

- interesses comuns

- reserva de tempo para fazer coisas prazerosas

- condições econômicas

- filhos

- expectativas individuais (sim, elas são importantes)

- experiências de relacionamentos anteriores

- apoio familiar

- nível cultural similar

            Afirmam, entretanto, os mesmos analistas, que essa área humana – por ser tão complexa – não comporta uma fórmula rígida e específica. 

          Isso porque, mesmo com a presença de todos esses fatores, uma relação pode chegar ao fim, enquanto que, mesmo faltando vários dos pontos acima descritos, se houver AMOR, muito pode ser superado, e há casais que se mantêm juntos mesmo nas piores adversidades.

          Em resumo, 1+1 nem sempre dá 2 - às vezes dá 10, dá 1.000 - pois uma coisa faz toda a diferença: o nosso velho conhecido AMOR.

          Qual o segredo, então?

           Bom, isso nos lança em um campo cuja avaliação se torna extremamente complexa, pois esse tão cantado sentimento não pode ser substituído por qualquer dos elementos de equilíbrio ponderados, nem pela soma deles. Então, efetivamente, o que é o amor?

            Via de regra, todos afirmam ter experimentado – em algum momento da vida – “um amor avassalador” que transportou sua mente (ou será que não foi seu coração?) para o paraíso, mas que, após algum tempo, ele(a) acordou do sonho e notou que estava mesmo  num ‘inferno’.

            Provavelmente esses são os casos onde o conceito de amor está sendo substituído por paixão, e nessa falha reside o grande problema.

            De forma simples, poderíamos comparar a paixão a uma terra seca do deserto, sobre a qual toda a água despejada desaparece para sempre, ou seja, a paixão descontrolada é egoísta, carente de receber e incapaz de doar.

            O amor, de outro vértice, tem como seu desempenho maior a capacidade infinita da entrega, tal qual uma fonte de águas vivas, que mitiga a sede de todos e permanece intacta.

            Sem querer ser religioso demais, temos a melhor descrição do amor nas palavras do apostólo Paulo, e isto pelo fato de ele ter entendido que a fonte do amor não é o homem, mas Deus (I Jo 4:7-8):

O amor é
paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana,não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente,não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais acaba; (I Cor 13:4-8).

          No caso de você estar enfrentando um desafio em seu relacionamento, ou se deseja evitar que isto venha acontecer no futuro, não me seria possível oferecer conselhos técnicos, nem apresentar soluções pontuais, pois cada caso é um caso.

          Contudo, seguramente, se você deseja manter um relacionamento – ou começar um com certo nível de comprometimento, visando uma ligação contínua e positiva – terá que ser menos crítico e mais compreensivo; menos severo e mais tolerante; menos inseguro e confiar mais. 

          Em poucas palavras, você terá de aceitar o outro – com suas fragilidades – e não tentar mudá-lo completamente.

          Mas lembre-se: existe algo que supera tudo. Aprenda a doar amor, e novas portas de abrirão.

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