Esse Tempo foi bom pra nós 2

Você reapareceu foi esses dias. Tá, não foi EXATAMENTE nesses dias, mas não faz tanto tempo, acho que não faz nem um mês, ainda! Acho que foi no início deste mês, pra falar a verdade! Enfim, enfim, faz pouco tempo que você achou interessante voltar a fazer parte da minha vida, dos meus contatos, do meu círculo de amizades e afetos.

Eu não esperava ver isso um dia acontecer. Esperava menos ainda isso de você! Confesso que gostaria de ver, mas não quer dizer que esperaria. Entendeu? Não?? Tudo bem, segue o barco... você sentir minha falta? Claro que gostei de saber, ainda mais que era o que gostaria, e até sabia que iria ocorrer, mas não esperava, tanto que logo no início tive todo tipo de sentimentos contraditórios, fiquei meio desnorteado, e várias mágoas voltaram a aflorar. Sabe!? Sim, você sabe, aquelas velhas mágoas referentes a algumas atitudes suas, como obviamente a de rompimento, de como me excluiu de seu grupo de “amigos” nos sites de relacionamento, no messenger, no celular, enfim, na tua vida. Mas quer saber... cada dia que passa, tenho mais certeza de que foi bom. Muito bom mesmo!

Estava acostumado a não pensar mais em você. Não tinha mais por quem nutrir pensamentos romantizados, mas talvez não estivesse sentindo tanto a tua falta como você sentiu a minha. Peço desculpas por isso. Agora que tenho você de volta a meu convívio, tenho novamente alguém por quem pensar romanticamente. Alegria. Felicidade. Satisfação. Emoção. Tudo isso, é verdade. Num tom monocórdio, monótono e meio frio. Desculpe, não é má-vontade! Estou ainda me readaptando, estou te readaptando a minhas preocupações, orações e pensamentos. E ainda não estou te readaptando a minhas espectativas. Por isso minhas frases românticas no messenger endereçadas a você... bem, mezzo românticas, mezzo sarcásticas!

Penso que foi bom o tempo que ficamos sem nos “ver”, isolados um do outro. Não sei quanto a você, mas com certeza foi muito bom pra mim! Você foi quem “rompeu” comigo, mas eu mesmo estava me sentindo cansado, desgastado, se você não o tivesse feito, eu mesmo o faria, eu já tava com vontade de fazê-lo, só tava me faltando coragem, à época! Fosse por carência afetiva, fosse – o mais provável – por esperar que você realmente estivesse na mesma levada, caí na besteira de te confessar minha paixão, melhor dizendo, minha obsessão por você! Paixão foi quando te vi pela primeira vez, ali é que me apaixonei por você, naquele lugar, naquela situação, naquela rápida conversa que tivemos, como “dinâmica de grupo”! Depois a paixão foi se transformando, aumentando, fui perdendo o controle, e por fim se tornou obsessão. Se não tivesse te falado nada, talvez fosse pior. Será mesmo!? Acreditei realmente nisso. A gente tinha bastante contato, conversava bastante. Eu adorava conversar com você, sabe, né! Adorava pensar em você, divagar imaginando nós dois, todos aqueles pensamentos de romance água-com-açúcar... chegou uma hora em que não pensava em outra coisa. Não tinha mais nenhuma preocupação, só tinha você na cabeça. Você e minhas romantizações. E você em minhas romantizações! Bom... foi numa das épocas em que mais conversávamos, num dos intervalos entre um e outro “amores” teus. Sim, entre aspas, e não peço desculpas! É opinião minha, que não pretendo dividir. Você sabe, opinião é que nem bunda, cada um tem a sua e dá quem quer! Não há o que discutir. Voltemos, então: pouco antes você mentira que não era por teu “envolvimento” com um desses “amores” que estava evitando as amizades, deixando de responder mensagens de e-mail, etc., e sim, isso me magoou. Já era a primeira prova de que era burrice te confessar qualquer sentimento mais profundo, reclamei a tua falta e você veio com papo de faltar tempo. Ahn. Sei. Mesmo assim, caí na besteira de, inicialmente ir dando pistas, enviando mensagens de carinho óbvias demais pra você pensar que fossem de um amigo para com uma amiga, enviando poesias românticas e letras de música que te traduziam o que você significava para mim e o que eu sentia por você. Imbecilidade, mas achei que dava pra tentar, investi o que tinha pra te conquistar. Tudo muito óbvio, tudo muito às claras, tudo ridiculamente visível, mas você jurou que não percebeu, somente quando falei com todas as letras. Ahn, sei! Pior: eu acreditei! Pior²: você já estava com outro “amor”, “tomando conta” de teus pensamentos! E eu acreditei... mas não desisti.

De certa forma, eu que estava mostrando mesmo, pra valer, como é que é estar totalmente envolvido por alguém, por sentimentos muito fortes, que fogem ao controle e nos dominam inteiramente. Você não “reconheceu”. Eu, ingenuamente, esperei... algum dia, talvez, você reconhecesse, e visse, e percebesse... e me olhasse de um outro jeito, do mesmo jeito que eu te olhava! Um dia, talvez, quem sabe – te peço licença para usar tuas palavras – residisse em meu olhar a tua calma... que idéia, que idéia!

O dia que eu esperava não chegava, você passou por mais um intervalo, esse “amor” também não deu em nada, eu percebia, e esperava. Agora sim!, agora você vai olhar pro lado e vai me ver, olhando pra você, com carinho e amor, pronto pra te dar o abrigo do meu abraço, e tal... é, romantizado, piegas pacaraio!!, mas enfim, pensei assim. Mas o dia não chegava, nunca chegava, e eu me desesperava, e me obsediava, sentia amargura por não ser “reconhecido”, sentia a rejeição calando mais alto no peito, me corroendo... não tinha mais alegria na vida, chorava escondido pelos cantos, tal qual um garoto emo numa música da Fresno... não pensava mais em nada, nem em ninguém, começava a sentir dores físicas no peito... sim, e é verídico que assim aconteceu! O peito realmente doía, lancinante! Sentia que estava perdendo... não você, mas a mim mesmo. Estava me preocupando, e esperando por você, esperando pelo que gostaria de ter com você, que um dia viesse a acontecer. Um dia me veio dizer que estava com vontade de largar tudo e vir ficar comigo, “nem que fosse só pela companhia” - vai entender o que isso quer dizer... - que estava pensando muito em mim. Sim, tudo o que eu queria ouvir! Pensei que era sério, que era pra valer, que enfim... você tinha visto! Tinha percebido! Havia me visto como eu te via! Que... idéia!!! Vixe, acho até graça... mas enfim! Eu já tinha esperanças e espectativas demais, você só me deu mais algumas, tão falsas quanto as que já haviam... e mais rejeição, mais tristeza, mais crises de choro, decepções, uma depressão #@¢§&*!, mais dores no peito, ainda mais fortes... foi aí que você “se sentiu sufocada” com tanto ressentimento, “não tinha mais paz, não conseguia mais dormir, não conseguia mais viver!”, e eu até cheguei a pensar “é?? tá, mas e eu...?? eu, não??”. Mas foi por muito pouco tempo!

Quando percebi o que você tinha feito, como fui excluído de sua vida da noite pro dia... senti, acredite, uma imensa alegria, a dor no peito e a ardência nos olhos, muito úmidos naqueles dias, tudo se foi! É, depois de ter-lhe escrito aquela mensagem de e-mail, nem pensei muito a respeito... sabe, se você tinha lido a dita, o que sentira, se foi culpa, se estava contente por mim, mas enfim, me senti liberto, livre, depois de mais ou menos um ano de agonia, você tinha me libertado! Falei isso a você, na época! Sei lá, não pensei muito a respeito disso também, passou por minha mente a idéia de que, talvez... você quisesse que eu fosse te procurar, depois de um tempo, que talvez esperasse outra atitude, outra reação de minha parte. O fato é que estava me sentindo feliz por ter sido “libertado”, voltei a me sentir bem comigo mesmo, a ter outras preocupações, voltei a velhos planos nos quais não estava conseguindo dar andamento. Me acostumei a não ter você na minha vida e a não fazer parte da tua. Me desculpe, foi por isso que não mais te procurei. Pensava em você, às vezes lembrava de você, sentia... curiosidade, sobre como estava, o que andava fazendo, por onde andava! Mas não, nunca ao ponto de te procurar, tentar retomar contato. Ainda bem que você, assim como teve a feliz atitude do infeliz rompimento, teve também a feliz atitude de buscar reaproximação! Não esperava, e depois da resistência inicial, gostei de voltar a ter você e fazer parte novamente do teu círculo de afetos! Mas, voltamos também a um pequeno velho problema...

Sim, como disse, voltei a ter sentimentos e pensamentos romantizados sobre você! Mas o tempo que tivemos, esse último ano em que ficamos distanciados, foi ótimo. Mesmo tendo você novamente no meu círculo de afetos, e nos pensamentos, não sinto de volta aquele peso de antes, não me sinto mais preso, continuo com minhas outras preocupações, só estou as adaptando a você, e vice-versa. Por enquanto, meus planejamentos não envolvem você de um modo mais direto. Outro dia você me falou de uns planos, que em tese facilitariam um reencontro nosso, e tal... pois é... mas comigo com outros planos, que só facilitariam um reencontro se você ficasse onde está... tô achando difícil! Se nossos planos saírem como esperamos, principalmente! E realmente não espero muito que nos reencontremos, sendo bem sincero. Por isso tá fácil adaptar meus planejamentos a tua volta a essa minha vidinha! Ainda estou em plena liberdade, e isso sim, espero que não mude, em relação a você. Me chateiam algumas frases tuas, uma ou outra coisa... mas nada que afete radicalmente o meu humor! Atualmente, o que tem me afetado o humor profundamente é o maldito frio e uma terrível gripe. Sinto um pouquinho de ciúme de você, claro, afinal... ainda gosto de você, mais ou menos como naqueles tempos. Não é paixão fulminante, não é a obsessão doentia e cegante... talvez seja amor! Quem sabe... como é que vou saber!? Talvez me leve a mal por alguma coisa que escrevi no messenger, como resposta a você... não é o que quero, mas de certa forma eu espero, pois pode vir a acontecer. Peço que me desculpe por mais essa... (rindo) tô me readaptando! Com calma, não com força, ok!

Romantizo estar com você, ter você do meu lado, segurar tua mão, deitar tua cabecinha no sem om... ô!, no meu ombro!! (gargalhando, sou engraçado??), penso em te aconchegar no meu abraço... mas enfim, romantizações! Tava com saudades de pensar em alguém com carinho, assim! Mas o que quero é diferente do que espero. Há aquilo que espero que aconteça, mas não é exatamente como quero, ou não é o que gostaria que acontecesse, só sei que tem boas possibilidades de acontecer, portanto já espero por isso. O que eu gostaria nem sempre é o que acontece, ou quando acontece, é pela metade, ou não passa de um embuste – às vezes da minha própria mente. Então não é o que espero. Não tenho nenhuma espectativa por essa nossa reaproximação. Sei o que posso esperar, e o que quero, ou posso querer. Sei separar os dois. Não se preocupe com isso, portanto! Eu não tô me preocupando, se você se preocupar, não vou nem saber! Portanto, não se preocupe! Gosto de você, talvez seja amor, talvez carência, não tem como saber, então sei lá! Talvez você também goste de mim, um pouquinho mais, mas ainda assim; talvez sinta mais falta de ter com quem conversar do que da minha pessoa; talvez também me ame, mas sobre isso me recuso a especular... talvez esteja imune a “meu charme sedutor” e a meus sentimentalismos românticos, tanto faz; talvez, talvez!! É muito talvez! Então sei lá! Já é bom demais estarmos assim, novamente próximos. Se o que quero acontecerá, ou o que espero... tanto faz, sei lá e talvez! Esse tempo foi bom, creio que talvez (outra vez!) pra nós dois. E tá bom do jeito que tá! Não tá!? Bom... talvez fique! (risos) O tempo foi bom pra nós dois, quero crer nisso. Vamos nos reaproximando, com calma e com vagar...

Ayrton Mortimer
Enviado por Ayrton Mortimer em 29/04/2010
Reeditado em 29/04/2010
Código do texto: T2227552
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