Há quem diga que se o cara é jornalista e não tem a pretensão de mudar o mundo, então errou de profissão.
E se o mundo não existir mais? Daí ele – e nós também – perdemos o emprego.
Como Secretário de Estado convivi - muitos anos - com os profissionais de imprensa, e os bons repórteres sabem ser, ao mesmo tempo, questionadores e objetivos, dentro da compreensão de que as fontes são imprescindíveis para a veracidade do que se afirma.
E aqui chegamos à matéria de capa veiculada recentemente na revista Veja. Ali, André Petry faz uma análise do fim do mundo, começando com a hipótese de que ocorrerá em 2012, mas com vasta pesquisa, que regressa mil anos no passado.
No texto, Petry cita outras datas em que o mundo deveria ter acabado, e não acabou. E vem a pergunta: Por quê? E daí surgem outras: Desta vez é verdade? O mundo acaba mesmo em dezembro de 2012?
O repórter menciona o calendário Maia, discorre sobre opiniões de cientistas, doutores e filósofos, cuja existência pessoal cessará até o fim deste século.
Na esfera espiritual, dizer que a crença e a religião - nas quais se inserem profecias do Apocalipse de João - são mero paliativo para o pensamento humano, não parece razoável, já que a fé e a espiritualidade são marcas inegáveis na vida humana. E afirmar que tudo é fruto do acaso, mesmo o nascimento de um gênio como Albert Einstein, talvez seja ir longe demais.
Em primeiro lugar, é preciso separar Deus - e a crença em sua existência - de religiões e de movimentos humanos que tentam definir, ano após ano, a data final fatídica. Deus é Deus, e as cogitações humanas são outra coisa.
Veja que somos 'novos' na criação, pois a Revista afirma que o homem está na Terra somente há dois segundos, caso se considerasse um tempo universal de 24h desde o Big-Bang. Então, comparados a Deus, que EXISTE e SEMPRE EXISTIU, o nosso tempo é INFINITAMENTE menor.
A consciência do Criador transcende minhas razões pessoais, meus medos e traumas. Deus vai muito além de qualquer lenitivo para mazelas terrenas, ou aleatórios incidentes da nossa quase insignificante existência, como menciona Einstein em seu livro “The world as I see”:
“When you look at yourself from a universal standpoint, something inside always reminds or informs you that there are bigger and better things to worry about.”
Um segundo ponto, está ligado à própria mensagem cristã, pois a Bíblia não marca datas para os eventos finais da humanidade, e Jesus diz – categoricamente - que tal dia e hora são desconhecidos (Mc 13:32), e para a Terra está prevista uma “transformação”, e não sua “destruição” (Ap 21:1).
Fantasiar uma data para o fim do mundo, procurar se esconder sob rochas, ou migrar para Alfa Centauro são realmente divagações humanas que, na melhor hipótese, terminam com a morte física, da qual ninguém está isento (Hebreus 9:27).
Crer em Deus, na eternidade da alma e na transitoriedade do universo, seja por que meio for, nada mais é que afirmar o que é óbvio para a própria ciência, e realidade sensível para os que sentiram a presença divina em suas vidas, independente de quanto ainda irá durar a Terra, razão pela qual Jesus afirma:
“Passará o céu e a Terra, mas as minhas palavras não passarão”. (Marcos 13:31).
O mundo não irá acabar em dezembro de 2012. Então vamos aproveitar para estar junto a Deus, seja em 2010, ou em 2012, ou em 2100, crendo que um dia estarem com Ele pra sempre, na eternidade.