NUNCA E SEMPRE

Nunca e sempre. Duas palavras curtas, mas que escondem dentro de suas poucas letras significações profundas. São conceitos totalitários de exclusão ou de inclusão aos quais nos prendemos quando as afirmamos. Por isso, há quem advogue pelo seu não uso, pois fatalmente quem assim afirma não terá condições de cumprir.

Estar aprisionado por uma afirmação mais categórica, solta no calor de um debate ou discussão, é uma situação muito desagradável. Por conta disso, rompe-se relacionamentos, quebra-se amizades, desgasta-se sociedades e passa-se a viver uma nova situação que não existia antes da afirmação feita de modo totalitário.

Isto porque o ser humano, em sua vaidade pessoal contaminada por acúmulos de erros ao longo das eras, assume traços de comportamentos equivocados como: orgulho, presunção, arrogância, esnobismo e intolerância, não admitindo em situações várias, voltar atrás de uma decisão tomada.

Mas quem disse que admitir-se que errou, que entendeu mal alguma conversa, que foi enganado, que incorreu em deslize, seja desonroso? Estamos cansados de ver modelos e atrizes que afirmaram que de modo algum colocariam seus corpos à mostra em revistas masculinas, mais tarde, estarem estampando tais periódicos. O que as fez mudar de opinião? O dinheiro? Bem, este é assunto para outro momento.

Assim sendo, sejamos mais tolerantes com os outros e conosco mesmos e mais flexíveis em relação a certas situações que hoje não admitimos, mas que, num futuro, poderão fazer parte de nossas vidas. Depois que Maradona vestiu a camisa da Seleção Brasileira - para tristeza profunda do torcedor argentino que ficou irritado com o craque -, tudo é possível...

Jess
Enviado por Jess em 11/06/2006
Reeditado em 23/08/2006
Código do texto: T173319