Juntando gerações
Juntando gerações.
Apesar de não ser um conhecedor sobre Geriatria, tenho minha teoria sobre algumas doenças que assolam nossos conterrâneos acima de 60 anos.
Creio que 25% das situações doentias que alguns idosos apresentam não possuem como causa somente o tipo de vida que tiveram nos anos anteriores. Drogas químicas somente não farão o efeito descrito na bula para amenizar as dores oriundas do espírito.
Muitos deles entram num estado depressivo quando começam a perceber um afastamento gradual de seus herdeiros que os “encosta” sutilmente. Neste momento imaginam-se “inúteis”, pois não são requisitados para pequenas atividades domésticas (consertos) já que hoje em dia quase tudo está na base do “kit” substituível. Até mesmo a tarefa de tomar conta dos netos está ficando escassa. Atualmente muitas crianças são colocadas em creches perto do trabalho dos pais ou passam o resto do dia trocando “cultura” com games explosivos que massacram suas mentes durante horas seguidas. Pouco importa se o tempo está propício para andar de bicicleta na pracinha.
Sugerir que os avós preencham seu tempo vago jogando biriba ou fazendo tricô é uma atitude simplista dos filhos que torcem para que aqueles não se movam muito fora de casa para não serem vítimas potenciais de atropelamentos, quedas ou assaltos que resultarão em gastos hospitalares e alterações nas agendas.
O advento da Internet sem dúvida alguma contribuiu para este afastamento, pois sua evolução dinâmica mal é acompanhada pelos jovens com raciocínio pleno e veloz. Imagine para aqueles que já esgotaram 80% de seus neurônios produzindo meios de sustento de suas famílias e dos políticos incapazes. Os jovens que vasculham dezenas de sites por dia, acreditam que já sabem tudo e dispensam aquelas conversas com seus avós ao pé da cadeira de balanço. Dispensam uma história da Branca de neve por um vídeo de Madona com o “ai-fone” grudado nos ouvidos. Chegam a agredir os professores “caretas” que “atrevidamente” pretendem lhes ensinar matérias básicas para torná-los cidadãos conscientes. Inocentemente preferem seguir a trilha dos bits que em breve os transformarão em robôs cheios de cacoetes e raciocínio atrofiado e escravo. Do tipo de elemento que não sabe decidir seu destino e torna-se mero portador de título eleitoral para manter os produtores de “atos secretos” no poder.
Numa última tentativa de minimizar este caos que ameaça a sociedade moderna, cabe aos “veinhos” realizarem certo esforço para tentar aprender a usar a Informática básica e com isto, terem oportunidade de "reconciliar" os laços e sentar ao lado de seus netos (agora entendendo sua “linguagem”) e aproveitar alguns instantes de pausa para enviar as mensagens que realmente importam: as que tocam os corações e unem gerações.
Haroldo P. Barboza – Andaraí / RJ
Matemática (infantil) e Informática (adultos)
Autor do livro: Brinque e cresça feliz!
Nossa sociedade é um colosso. Sobrevive no fundo do poço.