Até onde vai esse ressentimento...?????


Sentimentos e mais sentimentos. Provavelmente é isso que nos torna humanos, e essas percepções podem ser consideradas positivas a medida que estejam sob controle, e não passem a nos controlar.

Um amor exagerado leva ao ciúme. Precaução além da conta se transforma em medo. Detalhar cada movimento futuro de nossa vida gera ansiedade. Preocupar-se em demasia com os atributos alheios produz inveja profunda. Mas há o clímax dos sentimentos negativos: a RAIVA que se converte em ÓDIO.

Esteja certo, as pessoas erram. Todos ao seu redor podem magoá-lo a qualquer momento, e alguns até de forma planejada. Isso, sem dúvida, aborrece.

Egoísmo, desgosto, ganância, insegurança, pretensão, falta de conhecimento são as reais razões pelas quais alguém o ataca, procura prejudicá-lo, reduzir seu valor, deixá-lo triste.

É a velha história da raposa e das uvas, de Jean de La Fontaine.

Consciente disso, você poderia substituir a revolta pela piedade, pois são os agressores que estão na pior, e precisam mesmo é de ajuda.

Infelizmente, a reação mais comum será ficarmos irados, o que não seria muito sério - se momentâneo - mas fatal se mantido sine die.

A raiva produz em nós uma série de mudanças psicológicas, emocionais e especialmente físicas - adrenalina no sistema, mudança de pressão, reações hormonais - que não devem se alongar. Caso contrário, nos danificam.

A IRA quando se transmuda em ÓDIO estabelece o desejo de vingança. Alguém terá quer pagar pelo que você sofreu, e isso se torna seu pensamento principal e constante, como um reloginho barulhento na cabeça, dia e noite.

E aí, muitas alegrias, realizações, paz, criatividade, irão cedendo seu espaço para o recém-chegado “desejo de retaliação”.

Enquanto nada acontece ele vai crescendo por fatos, por imaginação, por tudo e por nada, e finalmente quando a tal vingança tem lugar, gera um vazio.

Um ditado fala que aquele que deseja se vingar deve levar consigo uma pá uma para cavar duas sepulturas: a de seu inimigo e a sua.

Se a idéia não se aplica literalmente à vida física, cabe como uma luva para a os aspectos dos sentimentos e do espírito, pois, consumada a meta, nada mais resta, pois as outras prioridades foram deixadas à beira do caminho.

Não é sem razão que o apóstolo Paulo nos legou um conselho em tudo sábio e útil:

“Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira” (Efésios 4:26).


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Texto de autoria de Pastor Elcio Lourenço. Pastor desde 1968. Matemático e Engenheiro Civil, pela UnB. Mestrado em Birmigham/Inglaterra, país onde morou por 2 anos. Atualmente reside em Brasília, onde atua como especialista de transportes urbanos.