É preciso pedir... 2

Envergonhada...
2 semanas depois mais um erro fatal
Matei muito dos sentimentos que havia
E quem perdeu fui eu mesma
E justamente o que eu mais queria
Decepção é morte lenta que o outro bebe sozinho
Prostrada...
Não sei o que me move
Talvez o desespero pela ausência do ser mais querido
Talvez o pavor de perder aquilo que nunca tive
O sonho sonhado, agora contido
Um entrave
Talvez a vida já tenha sido dura demais comigo
E tenha me tornado esse ser macabro
Sempre tive que lutar por mim mesma
Aprendi a ser guerreira pra não morrer
Vestir uma armadura pra esconder minha fragilidade
Sem pai, mãe, irmãos, marido...
Precisei aprender a ser auto-suficiente pra proteger minhas crias
E consegui
Tornei-me invencível ao olhos de outrem
Admirada e respeitada
E agora, depois de tudo
Quando eu mais preciso
Percebo que não aprendi a proteger-me de mim mesma
Não acho mais meu coração
Matei-me por dentro
Atacar é meu instinto diante do perigo
Só que não sei distinguir o real do imaginário
Covardia
Impulso desenfreado
Grande erro...
Continuo morrendo
E o pior... matando
A mim mesma
Não sei mais o que é justo
Não sei mais quem tem razão
Fui tragada por um turbilhão
Não há mais o que fazer
Talvez o outro seja igual a mim
Talvez... eu não sei
Então me recolho
Encolho...
E espero pela misericórida daqueles que sabem perdoar
Porque nem isso eu sei mais fazer
Espero sinceramente que a quem eu magoei
Possa curar-se com sua própria luz
Vejo o último salva-vidas passando
E um nó na garganta me impede de chamá-lo
Quero ficar aqui
A morte não me assusta mais
Só não quero cometer mais desatinos
Joguei fora o que era de mais valioso pra mim
Feri mortalmente o coração de quem me fez mais feliz
E minha paga é assisti-lo agonizar
Não tenho mais pelo que brigar
Não existe mais o bom combate
Não existe mais combate algum
Qualquer coisa agora é em vão
Continuo em pé mas sozinha
Grande coisa...
Não fui capaz de vencer a mim mesma
O rosto não expressa mais nada
A lágrima não rola
Os sentimentos todos se foram
Isso é morte por dentro
Arrio as armas no chão
Junto com minha perplexidade
Estou nua... tardia
A luta terminou
Eu perdi

Perdão!