MEU CÁLICE DE PROVAS

MEU CÁLICE DE PROVAS

O vento do litoral me chama;

Reacendendo minha chama de viver;

A tua vontade de mim em ti reclama;

Despedaçando a minha flâmula do bem querer.

Sou este poeta sonhador que dizes que não tenho jeito;

E que insistes em me seduzir;

Mas diante do cálice do teu vinho me rejuvenesço;

E calo-me quando fazes de conta que não estais nem aí.

Perante tanta tentação;

Por favor, afasta-te meu cálice de provas;

Estou frágil, eu sei, não resisto a tua ação;

E nego-te três vezes ou quantas forem essas trovas.

Os pássaros que sobrevoam pela praia;

Cruzam uma briza inebriante;

Poetizo versos enquanto alvoroças tua saia

Por temer beber do teu copo como dantes.

O vento do litoral me chama;

E a minha sede de ti não cede;

Afasto-me desse cálice de provas que me acompanha;

Sou um pássaro que o medo de voar me impede.

PEDRO FERREIRA SANTOS (Petrus)

Praia do Leme (RJ) em 26/12/2007 após lembrar da música de Chico Buarque (Cálice)