Tão habitual ...
Tão habitual ...
Vivemos um momento irreal,
o Brasil adoeceu, sofre derrotas, humilhações,
mutilações, e seu perfil é bombardeado diariamente por dores morais,
enfim, são enfermidades sistêmicas.
Como podemos confiar nos "Homens" escolhidos por nós,
para defender nossa pátria, defender nossos direitos,
defender principalmente valores que consideramos vitais
para uma grande nação.
Que exemplo podemos dar para os nossos jovens,
ainda cristalinos, tão cheios de esperanças,
achando que o horizonte está ali, que fazendo sua parte, oportunidades terão,
mas a realidade mente, enganosamente mente ...
E o momento outro, vivemos de mentiras, de fantasias,
vivemos um picadeiro, onde os palhaços catucam a lua com luneta,
picolés de limão escorrem pelas mãos, alienados aos nossos sentimentos,
brincam com a realidade, não temem a justiça, esquecem o dicionário das palavras vagas.
Vemos, sentimos, ouvimos, pensamos, incorporamos a utopia da ilusão,
entristecidos pelas noticias que nos chegam com impetuosidade,
e o perfil politíco se esvai, como água suja que desce das ladeiras em dias de temporais.
E nós, cheinhos de idade, porém desencantados,
procurando enxergar alguma luz no fim do túnel,
uma luz que nos leve a verdades, a soluções,
um caminho que se materialize em horizonte luminoso de transformação.
Meus Deus, dizem que tudo que passamos é merecimento, será ???
Talvez sim: estamos no olho do furacão,
um lugar demasiadamente devorador,
onde não avistamos crepúsculos,
e nem auroras,
apenas labirintos escuros, onde os intervalos são pontos de interrogação.
É a noite procurando o dia,
e o dia escondendo-se da noite.
Será que precisamos nascer de novo???
A politíca é a arte da mentira,
finge, disfarça suas reais intenções,
foge dos sentimentos leais,
mutila esperanças,
fere traçoeiramente nossa confiança,
rotineiramente manipula o poder que lhe confiamos,
sangra cruelmente nossa impotência.
"Bicho Homem Político"
já deveria estar em extinção.
- Helena Huback -