MEA CULPA

Perdoe-me, mas hoje eu não te abraçarei,

Não que você não mereça, mas eu não devo me atrever.

Lembrei que os ursos abraçam suas vítimas.

Contaminei minha alma e necessário é que eu me afaste.

Trai os princípios de candura, de afeto e de solidariedade, traí a mim mesmo e a você.

Polui os meus atos porque me fiz acompanhar pela frivolidade dos pensamentos.

Perdoe-me, mas hoje não posso mais te abraçar,

Deixei o respeito que havia, ao longo do caminho escuso em que me embrenhei.

Nesse momento peço teu perdão, mas hoje não posso te abraçar.

Em meus braços cresceram punhais de insensatez que riscariam as tuas costas e as fariam sangrar a dor e a decepção.

Decidi não mais te abraçar, reajustar minha alma corrompida, livrá-la da maldade instalada em meu coração.

Dia virá em que serei justificado pela claridade celeste da pureza das intenções.

E nesse dia, humildemente, eu buscarei o teu afeto pelo abraço fraterno e cristão.