O ancião
O velho
Perguntei ao velho,
por que era tão só,
ele simplesmente a
mim me respondeu:
que o era pelo
simples motivo
de ter envelhecido
ao sonido da nota dó
e; de ainda estar vivo
ao aproximar-se do pó.
Portanto, o esquecimento
lhe fora concedido
pela própria
natureza do amor.
humano, por dó maior.
Sem inculpar ninguém,
seguia o seu caminho
sorrindo sozinho, além,
coberto de flores
e seus espinhos.
Seus sonhos eram plenos de amores
por sobre os espinhos de seus dias
de refinados estertores,
bem além do além.
Onde estariam
seus descendentes?
Fato corriqueiro e recorrente...
Seus amores ocultavam-se
dentre aqueles abrolhos
de flores em seu velho
caminho como se fora
guardado a sete chaves
dentro dum antigo escaninho
poeirento e grave, trancado sem chave.
Às vezes os mais queridos parentes
tornam-se friamente indiferentes.
O tempo é o melhor remédio
a solucionar tais problemas de tédio,
colocando todos na posição horizontal,
onde findarão as orgulhosas vaidades
vislumbradas por velhos diademas
os quais também criaram a feiura
de seu azinhavre sobre o belo cobre
que cobre o que sobre,
sobre o velho pobre .
O ouro somente
tem o simplório valor
quando a vida faz alguém admirá-lo
e mais nada de inútil poder-se-á acrescentar
a essa ilusória plateia de panaceia e placebos fúteis.
Naquele momento de exílio a porta se abre,
era chegada à hora de fechar o asilo…
Grato pela visita pela qual o meu ser todo se agita.
Ao encontrar o meu neto transmita-lhe meu afeto.
À minha nora lha diga que deixarei a fadiga
logo que a mim me chegue a aurora.
Ao meu filho dê-lhe um beijo
mesclado de forte
ensejo.
Então, o portal se fecha.