não sabemos perder
Hoje, percebo que venho me prendendo a um passado conturbado de minha vida. Me aprisionando a correntes sentimentais que só envolviam o meu ego machista e egoísta de ser.
Um lado (acredito eu) da natureza de todo homem, a perda.
— Nós homens não sabemos perder!
Existem aqueles que convivem com a perda e outros que não admitem em hipótese alguma sua derrota.
Homens são egoístas, machistas, irresponsáveis, astutos e ambiciosos.
Sim, nós homens somos exatamente assim.
Não nos convencermos de alguma coisa é algo mútuo.
Se estamos certos de que algo vai ser bom ou ruim não importa, se "encucamos" com alguma coisa fazemos até o fim, e sí, por algum momento nos certificamos de que estamos perdendo a batalha, jamais admitiremos algo. Não a nós mesmos.
— Nós homens não sabemos perder!
Admitimos nossos erros, convivemos com eles, mas, mesmo assim não admitimos a perda, seja de algo ou alguém, jamais aprenderemos o valor da perda, somos egoístas e principalmente, orgulhosos demais pra isso.
Tenho vivido superficialmente durante muito tempo, preso em pensamentos distantes e lembranças passadas de um amor antigo onde somente na minha cabeça ainda existia.
Estive aprisionado durante anos nessa jaula de sentimentos e lembranças, acorrentado dos pés a cabeça e com a chave das correntes nas mãos, me questionando o porque de não me soltar dessa prisão mental.
Ficava me perguntando dia e noite, por que tais lembranças não me deixavam esquecê-lá, mesmo sabendo que hoje já estás casada e construindo uma bela família.
— Espero que me desculpem, mas, nós homens realmente não sabemos perder!
Eu sou um exemplo vivo disso.
Hoje, depois de muitos anos separados e mesmo sabendo que já estás bem estabilizada amorosamente, ainda sim, não aprendi a perder.
Porém, não se culpe por isso, você não é responsável por nada. Eu que continuo sendo um sonhador, igualzinho aquele que conhecera algum tempo atrás.
A verdade é que o coração não é burro, a cabeça que é orgulhosa demais.
Más, felizmente encontrei alguém que até então era uma completa desconhecida para mim, o que ironicamente lhe ocasionou a ensinar-me que o verdadeiro significado de se ganhar ou perder, independentemente de quem saia vitorioso ou derrotado, é o perdão.
— O nome dela, maturidade!