Eu...
Eu não queria escutar o galo cantar e lembrar do campo...
Não queria ouvir aquela música e me emocionar...
Não queria chorar...
Não queria sorrir profundo para a criança que nem conheço,
sentir profunda admiração pelo moço que mal reconheço,
não queria gargalhar da piada infantil,
sentir o desejo a mil...
Não queria sentir tanto amor, nem dor...
Não queria sorver tanto,
nem sentir prazer com a brisa do mar no rosto,
ou com o simples barulho da chuva caindo no chão...
Não queria perdoar tão depressa, esquecer tão rápido
Não queria ser tão intensa...
Mas sou!
Lamento...
Eu sou exageradamente sentimento...
Tudo ou nada,
muito quente ou muito frio,
um rio
que escorre na parede da vida
aprendendo a cada dia
e imaginando-se querida...
Silvana Cervantes