AMOR DE MÃE





               Não quero parecer injusta ou hipócrita, mas quando escuto frases sutis ou explícitas sobre a maternidade, me sinto uma paria no que concerne o conceito mater.
               E qual motivo? O único que tenho: ‘ser mãe não é bom’.
               Uma heresia para muitas? Certamente.
               Mas me justifico:
               Amor de mãe não é um amor leve e apaziguador. Amor de mãe . . . é um amor que dói. Ama-se tanto um filho, que chega a doer.
 
               Uma mulher após a maternidade é outra. Ela se transforma em uma leoa em alma, em uma loba adormecida que ao menor sinal, salta à frente. Nunca mais essa mulher mãe terá descanso. Nunca mais dormirá sem sobressaltos.
               ‘E, ao arrancar-lhe a cria de seus braços eternos, arrancar-lhe-ão sua alma’.
 


               Quem é mãe o sabe. Mesmo com suas crias a salvo em seu redor, seu coração chora ao ver as tragédias que assolam tantas mães ao perderem seus filhos, pois só a menção de perdê-los . . .

               E mesmo assim, mesmo em teoria ou em experiência . . . sabendo dos riscos e das dores, desejamos e buscamos a maternidade, pelo simples e terno momento de vê-los e tê-los pela primeira vez e para sempre em nossos braços, e nunca mais sermos as mesmas.

 
               Portanto, peço que me desculpem as discordantes . . .
 
 
 





               Uma vez, ao ouvir o questionamento acerca da ‘intuição feminina’, me surpreendi com a resposta:
               ‘Deus nos marcou com a intuição feminina com a maternidade . . .’
               Interessante, não?











Imagem: andradekarllos.wordpress.com









 
SIMONE SIMON PAZ
Enviado por SIMONE SIMON PAZ em 11/08/2011
Reeditado em 11/05/2016
Código do texto: T3153906
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