Dia do escritor
Quando escrevo, sinto, vejo, penso, pulso e produzo, compartilhando com os demais quem eu sou. Os eventuais comentários dos leitores são como perfumes, cheiros, gostos, sabores, sons, imagens das quais não consigo jamais escapar (e nem pretendo).
Ultimamente, semelhante a Proust (Em busca do tempo perdido), estou sendo pego tal como ele descreve: “Eu levei aos lábios uma colherada de chá onde havia deixado amolecer um pedaço de madeleine. Mas no instante em que as migalhas do bolo tocaram meu palato, tremi, atento a algo extraordiário que aconteceu comigo. Um prazer delicioso me invadiu, isolado, sem noção de causa...”
Que os verdadeiros escritores me desculpem, mas confesso meu latente deslumbramento.