As desculpas
Sinto muito mesmo se estou ainda na metade do caminho toda esfolada e machucada, parecendo um passarinho ferido, acuado em um canto. Até fugindo do inevitável só por medo de tudo ser pior, medo de se enganar de novo, se machucar mais, porque se abrir de novo dói, dói muito fundo. E se todos os passarinhos do mundo estiverem com medo, cada um no seu canto, aí nunca mais eles vão se encontrar, nem se abrir para o novo, nem para nada mais. Ás vezes o passarinho levanta a cabecinha por cima da asa quebrada e dá uma olhadinha furtiva só para ver se tem alguém olhando também e se só ve um outro passarinho acuado, volta a se esconder.