A Luz da Minha Vida

A Luz da Minha Vida

Quando entrei no quarto dele não estava ninguém. Apenas vi um enorme espaço vazio e no chão uma folha de papel que me atraiu.

Baixei-me e apanhei-a. Vi que tinha algo escrito e suscitou-me curiosidade.

***

“Há muito tempo atrás, escrevi um texto, onde falava do local onde estava o meu pensamento. Era um sítio onde não havia nada, tudo era escuro, estava frio, sozinho e sem nada...Era como se estivesse num túnel que não tivesse fim, caminhava, caminhava, caminhava e nunca encontrava uma saída...Mas descobri uma luz ao fundo do túnel, era brilhante, piscava como um pirilampo e iluminava aquela imensa escuridão como o sol ilumina o nosso dia. Graças a essa luz encontrei a saída, saí do túnel, e fui parar a um lugar maravilhoso, onde tudo era bonito, simples, e sobretudo iluminado...

Neste momento estou noutro "beco" sem saída, um túnel ainda mais horrível, procuro, procuro, mas não encontro a luzinha que da outra vez se acendeu e me iluminou, para que eu pudesse sair daquele lugar. Essa luz apagou-se e será que algum dia se vai voltar a acender?

Tenho saudades dessa luz, a luz, que todos os dias, me fazia acordar e olhar o tempo, que todos os dias me dava vontade de sorrir, que todos os dias me fazia feliz, que todos os dias me dava força para continuar a lutar, que todos os dias me ajudava a superar as minhas barreiras, essa luz acabou, não sei onde ela está, não a consigo encontrar, perdeu-se no meio da solidão, da tristeza...

E agora, o que faço? Não tenho luz que me ilumine o caminho, para que eu possa encontrar neste lugar tão escuro, a saída para um lugar melhor, onde tudo seja iluminado, feliz, e acima de tudo, que seja um lugar que nunca escureça.

Não consigo encontrar a luzinha que um dia me fez feliz, que um dia me fez sorrir, que um dia fez os meus olhos brilhar de alegria...!!! Onde é que estás, luzinha que ilumina o meu coração?

Será que te perdi, por não te ter aproveitado bem?

Será que a culpa de te ter perdido e agora não te encontrar, é minha?

Ou foste mesmo tu que te apagaste e agora não te queres acender?

Um dia, espero encontrar-te, tenho saudades da luzinha que esteve comigo muito tempo, e que me procurou e acabou por me encontrar no meio de tanta escuridão e de tanta solidão e tristeza!”

***

Quando apanhei aquele papel do chão e comecei a ler, nunca pensei que aquelas letras pudessem formar tão tristes palavras.

O meu mundo desabou naquele momento, gotas de água salgada escorregaram sobre o meu rosto e a tristeza em mim se instalou.

***

Virei o papel e deparo-me com outras tantas frases. Comecei a ler:

“Não me respondes, não me falas

olhas-me, e sorris

quererá dizer alguma coisa?!

Porque é que tudo é diferente do meu sonho?

Queria viver nas nuvens, no irreal

Mas vivo na terra e no mundo real

Queria estar perto

Mas estou longe

Porquê? Porquê?

Quando te olho nasce em mim o dia

Que quando te perdi se tornou em noite

Agora quando olho no fundo do túnel escuro e imenso, não está lá a luzinha que me iluminava, porque tu acabaste!!!

Será que acabaste?

Será que valeu a pena?

Será?

Quando os meus olhos te viram

Vi a parte de mim que faltava

Quando minhas mãos te tocaram

senti a felicidade ao meu lado

Quando vi o teu sorriso

sorri de alegria

Quando te dizia “adeus”

só queria chorar

Quando te dizia “olá”

só queria saltar de alegria

Juntos, sempre juntos

e agora

nada nos une, nem mesmo o passado nos deve unir...

NADA, NADA, NADA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Um traço nos dividiu,

o traço de injustiça.”

***

Chorei intensamente, este estava a ser o pior momento da minha vida.

Amava-o mesmo, mas por causa do meu imenso orgulho acabei de o perder. Aquelas letras que formavam palavras e que depois se tornaram em frases estavam ali para que eu percebesse o quanto errei…

Será que algum dia irei poder sorrir de felicidade, porque estás a meu lado? Será que algum dia poderei eu esquecer este momento e recordar apenas aqueles bocadinhos de tempo que estivemos juntos e fomos felizes assim?

Cada pessoa traça o seu destino, mas, se eu pudesse, pegava numa borracha e apagava o meu e voltava a traça-lo. Agora, em vez de o traçar com um simples lápis de carvão, traçava-o com as cores do arco – íris para que o meu futuro fosse alegre e ao lado daquela pessoa que há muito tempo eu perdi.

Power of Words
Enviado por Power of Words em 18/10/2009
Código do texto: T1872960
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