MENSAGEM DE ANIVERSÁRIO
Lenise, querida amiga!
Tens feito tanta gente feliz com a tua operatividade neste e em outros saites da Grande Rede, que passaste a morar no coração de incontáveis amigos. Alguns dos quais nem tens notícia, mas que te acompanham ao largo, como uma escuna que singra longe da costa.
A virtualidade revela os viventes que são atenciosos, amorosos, desprendidos, solidários, fraternos, complacentes. Aqueles que são capazes de serem cúmplices sem palavra viva e rosto próximo. Enfim, pessoas que são capazes de conviver polarizando a própria solidão.
Tu és deste tipo especial de pessoas: as que além de ser espírito e cabeça, ainda polarizam a emoção como uma grande figueira dos campos do Sul ou o ‘baobá’ do Pequeno Príncipe de Exupéry. Corajosos passarinhos de vôo raso fugados da árvore segura. Canoros, pousam nas artérias dos seus fraternos em pleno canto e ritmo.
Este é um dos alumbramentos plausíveis pra quem é maior do que si mesmo. Dos que não pertencem às seqüelas da possessão humana em todos os tempos, porque pérolas muito raras no ‘gaiolão’: este mundão que nos prende enquanto vivos nesta passagem.
Espíritos que trazem a santa missão de fazer felizes os dias e noites dos aflitos e solitários. Pássaros gaudérios exercitados no canto.
Neste dia de teu aniversário, saúdo com alegria a tua vinda e a possessiva (de minha parte) permanência no coração antigo e encantado pela tua Amizade.
Deus te guarde em sua Graça. Parabéns!
Que Ele nos permita a troca de palavras e de afetos, e que a Poesia te mantenha o coração sempre brando e amoroso. Na fraternidade dos que acreditam que o Amor é universal e pleno, nunca a mera possessão de corpo e ação.
Que estejas plena e agradecida à vida, porque esta é a reza dos cúmplices. A única que produz complacência no coração dos inquietos e dos aflitos.
O canto amoroso da Poesia e o seu hermetismo é, também, o ferrete dos escravos à condição humana.
Não vês a parábola bíblica? Dizemos, dizemos e repetimos há tantos anos e os erros são os mesmos. Só mudam tempo e lugar.
Será este o canto de salvação?
Bem aventurados os pássaros daquelas árvores. Ao menos, com eles, nossas veias atenuam o sangue que volta do coração.
E delatam ao futuro os tempos de sonhar e de viver.
- Do livro CONFESSIONÁRIO – Diálogos entre a Poesia e a Prosa, 2006 / 2008.
http://www.recantodasletras.com.br/mensagensdeaniversario/890088