101 ANOS DE MUITO AMOR
DR. JOSÉ SIQUARA DA ROCHA NASCIDO EM BELMONTE - BAHIA EM 19 DE MARÇO DE 1915 A 2015.
101 anos de uma vida intensa e de autonomia,
com longevidade em amor e benfeitoria...
a experiência de abraçar a Pediatria,
com o dom da cura e muita alegria!
Assim faz, o seu dia a dia:
Um pacto com a vida pelo dom da harmonia
tendo Jesus como mestre e hierarquia
transcende as dificuldades pela filologia.
Então, se apaixona com maestria
pelo Universo das artes que o beneficia
e decide viver com a garantia
de que será para muitos... de grande valia!
Mas, sente inquieto com a filosofia
de ver tanto sofrimento tornando vidas sombrias,
que dotado pelo estilo da xenofilia
de sua existência faz, um motivo de filantropia.
Com serenidade se aprofunda com primazia
nos estudos espiritualistas com a mente sadia,
também, se realiza em Esperanto e Teosofia
pra exterminar da humanidade, tamanha miopia.
O tempo é cristalino e se faz moradia
contemplando sua síntese viva, com talento, luz e harmonia.
e na silhueta do destino, sua realidade contagia,
que chega aos 101 anos com a mais bela e cativante: Poesia!
Palavras que o mesmo diria:
"Posso envelhecer; meu coração há de permanecer sempre jovem.
Renasço a cada manhã e louvo: O misterioso Poder Criativo da Vida!
Deus é o meu sentido maravilhoso e assim retornarei criança, ao lado dos meus, para contemplar mais uma vez, a Pediatria.
Vocação para o qual minha vida toda, foi e será, uma incessante busca! Amo a Pequena e Grandiosa Vida!"
Fim desta, Cristina Maria O. S. S. - Akeza.
(ALGO DO HOMENAGEADO: Filho de família humilde, Dr. Siquara nasceu na cidade de Belmonte, no interior da Bahia, em 1915. Mudou-se para Salvador com 10 anos para cursar o ginásio no Colégio Ipiranga, onde, após concluir, cursou por um ano o bacharelado em Ciências e Letras, que era opcional. Paralelo, aos 17 anos em 1932, ingressou no curso de medicina da Faculdade de Medicina da Bahia/Ufba.
Com um dos primeiros registros do CRM-BA, o de n°61, atualmente ele soma 77 anos de formação em medicina, sendo 50 anos dedicados a Pediatria e Puericultura. Dr. Siquara se sente realizado ao falar da pediatria e da relação que tinha com as crianças. Ele lembra que costumava ter proximidade com seus pacientes. Na época do trabalho voluntário na escola Antônio Bahia, ia à casa dos estudantes que faltavam às aulas para saber o que havia ocorrido. Também prestou por 17 anos trabalho voluntário na Confraternização Espírita Baiana. "É preciso muito amor à profissão e às crianças para fazer pediatria", ressalta.
Dr. Siquara assume que não desejaria ter outra profissão diferente de médico pediatra. "Como espírita eu sou reencarnacionista e acredito que eu vou voltar aqui... e vou pedir para nascer em Salvador, na mesma família, e vou fazer medicina, pediatria e puericultura outra vez", diz.
O curso de medicina foi o escolhido por ele após avaliar a possibilidade de estudar engenharia, direito ou odontologia, e confessa que foi uma decisão difícil. A escolha pela pediatria foi mais fácil já que não esconde que gosta de trabalhar com as crianças. No quarto ano de faculdade ingressou no Centro de Saúde, coordenado pelo médico Martagão Gesteira. Na unidade, onde tinha aulas teóricas e práticas, ele permaneceu até o sexto ano e, daquele tempo, guarda as aulas que assistiu do Dr. Martagão.
"Eu trabalhava na Pupileira todos os dias, em feriados e domingos, para ficar com os meninos, acompanhando a alimentação das crianças e quando não tinha nada para fazer, ficava brincando com eles", recorda rindo.
Dedicação aos pequenos
Dr. Siquara graduou-se em medicina com 22 anos de idade. Após a graduação foi trabalhar no Instituto de Proteção à Criança e à Infância, conhecido como Gota de Leite, e em um consultório médico na Baixa dos Sapateiros. Em sua trajetória ele já trabalhou no 1º Centro de Saúde da Criança, tempo em que recorda da rotina. "Eu fazia a palestra para as mães, examinava os meninos um a um, prescrevia e ensinava as mães como dar o remédio, a alimentação e a fazer sopa de verduras de acordo com a dieta da criança", relembra.
Por 20 anos trabalhou na Legião Brasileira de Assistência e foi diretor do Dispensário Joaquim Tanajura, Gota de Leite e da Casa da Criança Ana Nery, onde atuou como médico também; trabalhou no Instituto de Proteção a Infância e no Departamento da Criança da Secretaria de Saúde do Estado; prestou serviço para o Estado por mais de 30 anos; foi médico do Hospital Infantil Alfredo Magalhães; atuou para a prefeitura nos bairros de Caminho de Areia, Apofanita e Periperi, dentre outros.
Em seu currículo também está incluído a experiência como professor da língua internacional Esperanto por mais de 10 anos e a presidência da Associação Baiana de Esperanto.
Pai de sete filhos, com 25 netos e 13 bisnetos Dr. José Siquara se aposentou aos 70 anos de idade, mas se engana quem pensa que o carinho pelas crianças mudou. "Eu gosto muito de crianças e elas gostam de mim. Há uma certa atração. Eu vejo os meninos na rua, converso e eles falam comigo também. Converso às vezes com os pais e digo que por mais de 50 anos trabalhei com o público infantil", conta rindo.
Cultura, poesia e trova
Dr. José Siquara também tem contribuições na área cultural, ele é membro fundador do Grupo de Ação Cultural da Bahia (GAC-BA), criado em julho de 2000, onde é o atual presidente. No grupo é responsável pelo "Cadernos de Literatura", publicado semestralmente e já está na 24ª edição.
É membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (Sobrames). Como escritor já publicou os livros "Eu sou a luz do mundo - o Evangelho em Sonetos"; "Obrigado meu amor - poemas líricos"; "Cristoterapia", livro de autoajuda; "Os Siquara em três gerações - o avô, três filhos e seis netos" - livro que conta a história da família; e "Eu sou a porta... vinde a mim", livro de autoajuda segundo o espiritismo.
O gosto pela arte surgiu na infância, da leitura de poesias. Desde 2006, é membro da União Brasileira de Trovadores, onde tem o cargo de vice-presidente de cultura. A trova, que tem regras fixas e desafiadoras, segundo ele, é atualmente o segmento preferido em que atua. "Como era mais difícil condensar um assunto em quatorze versos [soneto] é muito mais difícil condensar em quatro versos de sete sílabas. Por isso que a trova é formidável".)