VIDA ÁVIDA IDA

O que mais temos medo de perder

É o que menos guardamos a saúde do corpo ataúde

Que é a sagrada luz de todo o nosso ser amiúde

As estrelas são sementes de gergelim

Os anjos são androides serafins

Enfim quem somos nós? Nuvens em cascas de amendoins...

Deus manda seu forno o sol para nós aquecer

Seu mar saleiro para nosso alimento salgar

Deus manda estrelas do céu a salpicar e no mar nos arrefecer

O mar é a panela do mundo e serve a todos sua serventia

Escalda o nosso porvir e em borbulhas ferve ao sol da hipocrisia

E quando esfria na baía de estria tudo se amolece e em ranço se esfria..

A mulher é a soma constante da fé em retumbante romaria

O axioma perfeito do verbo que na carne púbere se fez alva

A mulher tem Jesus no colo de Madalena a própria mãe de sua Maria

Oh! Benditas luzes flores florescentes no jardim da eletricidade

Alumiando o breu de nossa escuridão

E quando lhe tocamos a pétala que em amplidão se lhe acende

É como se estivéssemos abrindo o caminho da ressurreição

Nas sombras que da florida vastidão da saudade reacende

Só somos completos

Quando doamos o que temos de mais valia

O amor que o tempo não silencia...

Precisamos antes de amar

Não nos enganar pelo que dita o amor

Às vezes a fruta bela é a que menos tem sabor...

Tantas coisas nos ferem por dentro

Parece que temos abismos e fendas de absurdos não fecundos

Sabe aquele amor que oriundo do coração nos some

E só fica o momento de achá-los no nunca do mundo que nos consome

Tu és a flor que contem minha alma vazia

Sempre fui de me encharcar no recôndito de teu ar

Escondido me deixas em teu eu ... qual ave nas nuvens a se evaporar

Que me há de dizer que em teu arfar fazia-te sem vento voar...

Teu beijo de lantejoulas me fazia sibilar

Na poesia em que este notívago pássaro se aninhava

Eram tuas letras de amor que no meu colo em polvilho colecionava

Sempre te amei por letras e arminhos

O fim do caminho é tua doce boca que beijos em olhos vede

És tu que mata de desejos minha cega sede...

Se alma existe é preciso que haja um corpo

Porém só existo no teu ar

Se no teu colo existir pra no teu beijo me libertar...

Tu és mulher pra grudar

Nas minhas mãos (aniversário)

Poro pelos peles (tempos) vãos

Feliz estou como carta que chega sem mandatário...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 30/11/2013
Código do texto: T4592638
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