Dia Vinte e Dois de Março
É meia-noite, passados trinta e cinco minutos
Estou ainda acordado, chegando da escola agora
Venho de um dia longo de trabalho, de muito cansaço
Mas escrevo estes versos, dia vinte e dois de março.
Sentado à velha escrivaninha
Escuto o tic-tac do relógio
Que marca as horas, compassado
Eu escrevendo estes versos
Dia vinte e dois de março.
Tão sozinho, tristonho, deprimido
Lá de fora ouço barulho
De pessoas que passam de cadenciados passos
Enquanto escrevo estes versos
Dia vinte e dois de março.
Eu nem sei por que estou fazendo isso
Se não tenho agora nenhum compromisso
Se vivo como desocupado, sem saber o que faço
Por isso, estou escrevendo estes versos
Dia vinte e dois de março.
Vinte e nove anos completados
Mil planos perdidos e sonhos acabados
Na procura desenfreada de alcançar o sucesso
Neste dia invulgar que comemoro meu nascimento
Dia vinte e dois de março.
22/03/1980