PARABÉNS, BALSAS!

Antonio Jacobina talvez nem imaginasse a dimensão do que aquela vila, conhecida como Vila Nova, tornar-se-ia ao longo de algum tempo. E a despeito da impossibilidade desse sonhador acompanhar, de perto, a evolução social, econômica e afetiva que esse projeto teve, o legado desse baiano atravessou fronteiras históricas e a intensidade de amor depositada nesse município parece permanecer crescente, independentemente de atos e fatos.

A “Vila Nova” de Jacobina cresceu e passou a se denominar “Vila Santo Antônio de Balsas”, uma analogia ao padroeiro da vila e ao Rio Balsas.

Fadada ao progresso, a Vila de Santo Antônio de Balsas elevou-se à categoria de cidade em 22 de março de 1918, com denominação de “Balsas”.

O amor por Balsas parece ser superior e pulsar mais no coração de cada cidadão que aqui reside, do que qualquer outro lugar. Um autor, de nome desconhecido, intitulou Balsas, publicamente, como “Cidade Sorriso”:

BALSAS, CIDADE SORRISO

Balsas,

Não sei como te chamar

Se princesa, fada ou rainha

Você vai me desculpar

Balsas,

Morena de encantos mil

És a cidade sorriso

Sorriso do meu Brasil

És a terra encantada e rica do verde sertão

Do sertão majestoso e belo do meu Maranhão

Oh Balsas,

Você também me pertence

Basta eu ser maranhense

Vive no meu coração

(por isso é que eu canto).

Augusto Braúna, com um sentimento que parecia não caber mais só no peito, ampliou essa declaração de amor para “Balsas Querida”:

BALSAS QUERIDA

Balsas querida

Cidade dos meus amores

Quando estou distante estou chorando

Lembrando também tuas cores

Quando estou perto vivo a cantar

Balsas querida, igual a ti não há

Cidade muito boa

De grandes corações

Foi onde assisti

Melhores foliões

Balsas, cidade querida,

Por ti serei capaz de dar a própria vida

O Hino Oficial de Balsas, outra grande declaração de amor, fica a cargo de Edilza Virgínia Pereira:

Ó cidade de Balsas amiga

És enlevo do meu coração

O teu rio, teus campos percorre

E enrique a planície de grãos

No trabalho e na luta constante

Resplandece viril gerações

Terras férteis assim cultivadas

Dão Progresso ao nosso sertão

REF.

Avante Balsas

Jardim em flor (bis)

Avante Balsas

És o meu eterno amor

Brilha o sol na amplidão do horizonte

Florescendo buritis, arrozais

Lentamente pasta o gado no cerrado

Ao festival da sinfonia dos pardais

Cai a tarde no seio da mata

Com os raios dourados da lua

Clareando cachoeiras e cascatas

Elevando a beleza que é tua

REF.

Cai a tarde no seio da mata

Com os raios dourados da lua

Clareando cachoeiras e cascatas

Elevando a beleza que é tua

REF.

A “Princesinha do Sul do Maranhão” ou “Balsinha de Açúcar”, apelidos carinhosos de Balsas, cativa grande parte das pessoas que aqui chegam. E do alto do seu potencial econômico, atraiu pessoas das mais diversas regiões do Brasil, fazendo crescer, ainda mais, o número de pessoas que entoam as declarações de afeto, mediante músicas ou não. É uma espécie de amor incondicional, mas que carrega uma grande dose de preocupação com o bem da cidade (e do seu povo), à medida que todos os atos que atingem, negativamente, a Princesinha, significam mais uma ferida no coração desses enamorados.

Como sempre esteve fadado ao progresso, os maus momentos deixaram clara a preocupação de muitos em ver o progresso brilhar, novamente, nos horizontes do Balsinha de Açúcar. Por um lado, é até aceitável que eclipses aconteçam, o que não pode é durar mais que o aceitável. Não obstante o mar de amor que deságua sobre essa cidade servir de base de sustentação para ela, a necessidade dos seus 83.537 habitantes precisa ser vista com lupa e o amor (tão admirável amor!) precisa ser convertido em atos.

Não há mais tempo para pessimismo frenético, nem para a concepção mórbida de que problemas significam, irremediavelmente, o fim. É tempo de unir todas as vozes que proclamam amor a Balsas e, dando lugar à extrema sensatez, entoar um discurso sólido e consciente do papel político e social de cada um, a fim de reduzir a distância entre o que se acha e o que se tem certeza.

Karl Marx tem total razão ao dizer que: "Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência." Eis que a chave para a resolução dos problemas é apontar o dedo para o próximo e esperar que tudo se resolva como num passo de mágica, mas, pelo contrário, descobrir o potencial que cada um tem para agir como parte integrante dessa transformação.

Balsas completa hoje 93 anos de idade, e além do profundo amor declarado e o desejo de felicidades, é muito fácil concordar com as diversas placas colocadas pelo poder público, que dizem: “Parabéns, Balsas! Com esperança de dias melhores”. E assim como a Fênix ressurge das cinzas, há um desejo imenso de que o eclipse que se formou sobre o céu do Balsinha possa dá lugar a um grande clarão.

A Ismael
Enviado por A Ismael em 22/03/2011
Reeditado em 01/10/2011
Código do texto: T2863684