GRATIDÃO
Tornar-se grato é dar o primeiro sinal de libertação emocional, espiritual, e sei lá mais o que. Quando o ego se liberta de suas amarras interiores ele se vê livre também de suas algemas emocionais.
Uma prisão emocional é, por mera suposição minha, mil vezes pior do que uma prisão física, mesmo que, como encarcerado nunca tenha estado em uma cadeia física. Pessoa grata é aquela que não esquecendo nunca suas respectivas feridas, passa a levar em conta também, e em igual medida, as feridas e dores alheias.
A gratidão não deve e nem pode ser construida em cima de um sentimento de culpa e nem é uma especulativa massa de manobra. Alias a genuina gratidão é muito mais que um sentimento: pode ser encarada como um conceito, uma postura, uma atitude. Uma pessoa autenticamente grata, pode, entretanto, estar carregada de sentimentos. Mas nunca é uma pessoa que possui uma neurótica ou egoística e voluntariosa necessidade de estar fazendo favores, e a todo momento botando todo mundo no colo.
Distinguimos facilmente uma pessoa genuinamente grata. Pois ela deixa seu semelhante, sem interferir em sua dívida natural, consequência de seus próprios erros, até porque, sem tal carga de sofrimento, não se formará a necessária maturidade.