A QUEDA DA BASTILHA 2006 - 217 ANOS
* Nadir Silveira Dias
O absolutismo de qualquer gênero ou grau ou matiz sempre acaba em fragorosa queda.
Foi o que aconteceu com o absolutismo francês! O monarca controlava desde a economia até a justiça sem ter que prestar contas a quem quer que seja. E, óbvio, sem sequer um mínimo de humanidade.
Em 14 de julho de 1789 caía o símbolo da monarquia francesa: o local onde eram efetuadas todas as prisões políticas da França de então: A Bastilha.
Depois ainda houve a fase do terror entre os próprios vencedores da Revolução que pôs termo a uma fase da história da França, mas cujo evento marca a prevalência das idéias iluministas que a nortearam, fomentaram e eclodiram nesse notável acontecimento.
Nesse contexto, para não encompridar o que certamente tantos conhecem até melhor do que este escriba, uma data tão significativa como esta de 14 de julho e 1789 - 217 anos neste 14 de julho de 2006 – precisa ser lembrada e homenageada com algo não menos significativo e valioso:
A composição de Claude-Joseph Rouget de Lisle, de 1792, em Strasbourg, de sete estrofes, sessenta versos, sendo uma de doze ( ) e seis de oito versos (ou simplesmente sete estrofes de oito versos mais o refrão de quatro constante após a primeira, que se repete após cada estrofe), e cuja verossimilhança (ou consonância real e verdadeira com os fatos) pouco tempo depois a faz elevar-se à condição de Hino Nacional Francês, por decreto de 1795:
L A M A R S E I L L A I S E
I
Allons enfants de la Patrie
Le jour de gloire est arrivé
Contre nous de la tyrannie
L'étendard sanglant est levé (2x)
Entendez vous dans les campagnes
Mugir ces féroces soldats
Ils viennent jusque dans vos bras,
Egorger vos fils, vos compagnes
Refrain:
Aux armes citoyens!
Formez vos bataillons!
Marchons, marchons,
Qu'un sang impur abreuve nos sillons
II
Que veut cette horde d'esclaves
De traîtres, de Rois conjurés?
Pour qui ces ignobles entraves,
Ces fers dès longtemps préparés? (2x)
Français! pour nous, ah! quel outrage!
Quels transports il doit exciter!
C'est nous qu'on ose méditer
De rendre à l'antique esclavage!
(au Refrain)
III
Quoi! des cohortes étrangères
Feraient la loi dans nos foyers?
Quoi! ces phalanges mercenaires
Terrasseraient nos fiers guerriers (2x)
Grand Dieu! par des mains enchaînées
Nos fronts sous le joug se ploieraient,
De vils despotes deviendraient
Les maîtres de nos destinées?
(au Refrain)
IV
Tremblez, tyrans ! et vous, perfides,
L'opprobe de tous les partis,
Tremblez! vos projets parricides
Vont enfin recevoir leur prix (2x).
Tout est soldat pour vous combattre,
S'ils tombent, nos jeunes héros,
La terre en produit de nouveaux
Contre vous tous prêts à se battre
(au Refrain)
V
Français! en guerriers magnanimes
Portez ou retenez vos coups.
Epargnez ces tristes victimes
A regret s'armant contre nous (2x).
Mais le despote sanguinaire,
Mais les complices de Bouillé,
Tous ces tigres qui sans pitié
Déchirent le sein de leur mère
(au Refrain)
VI
Nous entrerons dans la carrière,
Quand nos aînés n'y seront plus
Nous y trouverons leur poussière
Et les traces de leurs vertus. (2x)
Bien moins jaloux de leur survivre
Que de partager leur cercueil,
Nous aurons le sublime orgueil
De les venger ou de les suivre!
(au Refrain)
VII
Amour sacré de la Patrie
Conduis, soutiens nos bras vengeurs!
Liberté, Liberté chérie!
Combats avec tes défenseurs (2x).
Sous nos drapeaux, que la victoire
Accoure à tes mâles accents,
Que tes ennemis expirant
Voient ton triomphe et notre gloire!
Por isso mesmo, neste ano de 2006 (14.07.2006), para lembrar como exemplo de não-repetição dos fatos que a antecederam e como alerta para que novas bastilhas não precisem ser derrubadas, é que se enaltece o evento e se robustece ou aviva memória da história.
Por tudo de bom que representa, longa memória Revolução Francesa (!), que de tanto sangue embebeu a terra que nos pariu!
* Escritor e Poeta – nadirsdias@yahoo.com.br