POETAR É MIMETIZAR A VIDA

(aos 100 anos de Mario Quintana)

Confundem o leitor estes poemetos a la Quintana, que têm em sua brevidade a síntese da contemporaneidade.

Ou seja, nestes estão retratados os dias que estamos vivendo. Têm o andamento, a cadência do moderno. Tudo é rápido.

— Vamos dar uma "rapidinha"?

Aos olhos dos castiços, vícios e corruptelas da linguagem. Por vezes, até se assassina o idioma. Nunca se sabe tratar-se de prosa ou poesia. Vejamos o que dizem os botões ... do computador...

A última descoberta de meus 33 anos de exercício de escriba é a de que é coisa simples a diferença entre a prosa e a poesia. De uma estapafúrdia facilidade.

Nada de afobação! Não te apoquentes! Eis a bula do remédio!

Se pegares um texto e, ao lê-lo pela primeira vez, e, de pronto, entenderes tudo, pode ser tudo, menos poesia! O certo é que a coloquialidade encanta.

É claro que o mestre do Alegrete apontou o caminho, foi precursor. Aprendemos – dialeticamente – com ele, discordando ou aprovando o tema, porém aproveitando sempre.

Em literatura, particularmente em poesia, não há influências, e, sim, confluências.

Porque esta é a regra: consumir o poema é mimetizar a vida!

– Do livro CONFESSIONÁRIO - Diálogos entre a Prosa e a Poesia, 2006 / 2007.

http://www.recantodasletras.com.br/mensagensdeaniversario/118690