Feliz Aniversário!!!
Hoje é aniversário do meu irmão. É o caçula, o bebê, o “rapinha de tacho” da minha mãe. Sou meio mãe dele também. Com nossa diferença de idade de mais de sete anos, ele foi uma das minhas bonecas. Minha mãe, atribulada com as tarefas domésticas, vez por outra contava com meu apoio para entretê-lo e cuidar dele, dar banho, comida, mamadeira. E eu adorava.
Criança linda, meu irmãozinho. Nas fotos, ele aparece sempre sorridente, o cabelinho liso a lamber-lhe a testa.
Engraçado, o guri. Fã do Speed Racer, sentava-se na cadeira do papai usando um poncho velho de bebê como balaclava, o capacete por cima, na mão direita o cabo de uma raquete encaixada entre o acento e o braço da poltrona, fazia as vezes de câmbio, a rodinha de um velho velocípede era o volante.
Também era solidário. Meus irmãos se demoravam na rua e ele fazia companhia à mamãe, na vigília angustiada.
Quanto tempo se passou.
Há pelo menos um quarto de século, não preciso mais ler para ele os gibis ou as legendas no cinema. Não é mais o adolescente que destruiu minha bicicleta ao atropelar um carro e, como castigo, ganhou de mim uma outra, novinha em folha. Nem o rapazote que levei ao show do Legião, a quem pagava com fitas cassetes para que lavasse meu carro.
Tornou-se um homem. Um belo homem. Estudou muito, fez mestrado, doutorado. É professor universitário e psicólogo. Morou sozinho em Belo Horizonte, voltou, comprou carro, apartamento, está noivo e vai casar. Não mais preciso levá-lo à escola, ajudá-lo com as lições de casa. Da última vez, ele é que me ajudou, revisando minha monografia da pós.
Trinta e quatro. Este é o número de velinhas que ele precisa apagar no bolo e tenho certeza de que ele consegue apagar todas elas num único sopro. Garoto forte, atleta, cheio de energia.
Parabéns, mano! Tudo de muito bom, muita saúde, muita paz, muito amor, sucesso profissional e pessoal.