DUAS ALMAS APAIXONADAS

DUAS ALMAS APAIXONADAS.

Quando se juntam duas partes distintas e essas se encaixam, costumamos dizer que ali houve um belo casamento que se lida... Vemos isso todos os dias nas mais simples situações da vida.

Na culinária, temos o tradicionalíssimo feijão com arroz, que quando juntos podemos até chamá-los de “Baião de dois”. Tão saboroso que até no dia seguinte fica ainda mais gostoso.

O queijo minas com goiabada, por serem tão diferentes e tão afins, quando juntos foram batizados de “Romeu e Julieta” no Brasil e em todos os confins.

No esporte, nas profissões, nas artes, vira e mexe percebemos uniões que se firmam e passam a ter uma identidade própria, onde não há como se conceber uma parte separada da outra.

Na música, por exemplo, podemos imaginar o “Sá” sem o “Guarabira”? O “Chitão” sem o choro do “chororó”? O “Tonico” sem o “Tinoco”? Ora, ora, vejam só...!

Algumas uniões são tão estáveis que a simples falta de um dos componentes, dilacera todo o conjunto bacana. Viva! Viva! “The Beatles” Salve! Salve! A “Legião Urbana”.

Certos encaixes são perfeitos, a geometria taí pra não deixar dúvidas quanto ao côncavo e ao convexo.

Nas mais inusitadas coisas percebemos esses encaixes: o que dizer do copo do liquidificador com a base de sua hélice?

Outros elementos são importantíssimos isoladamente, pois em a sua natureza, seus princípios elementares, potencializam-se por si só, têm suas características e nunca perdem suas individualidades. Todavia, ao se unirem, ganham forças e tornam-se muito mais poderosos em uma nova unidade.

Na vida vê-se constantemente a busca de pessoas ímpares ao encontro de seus pares.

A poesia não deixou de registrar esses encontros de todos os lugares:

“O Leo e Bia” do “Oswaldo” que souberam amar;

“O Eduardo e Mônica” do “Renato” que diz que não existe razão pras coisas feitas pelo coração.

Só mesmo a “Marília do Dirceu” e a “Severina do Lampião”?

Eu conheço também dois personagens que se buscam e se complementam mesmo quando estão distantes.

“Ele” e “Ela” têm vidas próprias.

Saboreiam-se um ao outro seus ingredientes;

São artistas que cantam e dançam como toda a gente.

Quando se encontram não há beleza semelhante;

E não há força que os separem em determinado instante.

Magnetizam-se qual um plug a uma tomada;

São dois seres que cruzam rios e mares com suas almas apaixonadas.

PEDRO FERREIRA SANTOS (PETRUS)

28/12/08... Da série eu tenho febre.