AS SETE FACES DA SERPENTE
As sete faces da serpente
Quantas faces fazes para me hipnotizar?
Quantas frases faço pra te conquistar?
E o teu enigma decifrar?
A serpente revigorada, viva está;
Seus véus por ora não me assustam;
Mostra-se em 7 faces, como se fossem disfarces;
Que diante dos meus olhos não se ocultam;
E em fases distintas conseguem me encantar.
Mas se em cada face é o espelho de uma fase;
Logo sei que a cada momento serás uma;
Esse poeta que quer casar contigo e fazer as pazes;
Sabe que tu és essas mulheres, todas numa.
De mim se faz dona;
Indecente e devoradora;
Mãe, matrona;
Indefesa, sedutora;
Tranqüila e mansa;
Mas ciumenta que me quer todo para si;
Que se deita, se esparrama, depois de tudo descansa;
Que mata e caça e se serve à mesa ao seu senhor para se servir.
Quem és tu quando dizes que me amas?
Que choras quando digo v’ombora, ta na hora;
Me visto como homem forte, te desafio, quando meu coração te clama;
Mas me vejo nu como um menino... Aproveita, porque não me devoras?
Já me demonstraste todas as tuas conjunções;
Mas, porém, contudo, entretanto, todavia, muito embora;
E em meio aos nossos desvios de rotas e todas as nossas junções;
Decifrar-te ou decifrar-me?
Ousemos decifrar os versos dos nossos próximos capítulos dos tempos idos de outrora.
PEDRO FERREIRA SANTOS (PETRUS)
18/02/08 (da série tenho febre)