NAMORO DE ANTIGAMENTE
A evolução do mundo, a marcha desenfreada do progresso tecnológico provocou uma revolução tão grande e tão rápida em nossos usos e costumes, que até assusta.
Gente que falava ao telephone, hoje fala em icq. Um telegrama, que era o meio mais rápido de comunicação, levava dias para chegar ao destino... hoje, via e-mail, comunica-se em questão de segundos com qualquer parte do mundo.
Coisas do progresso que chegam a assustar. A evolução dos costumes foi generalizada. Tudo em nossa vida mudou. Principalmente em questões de relacionamento humano... Realmente as mudanças ocorridas assustam.
Sobretudo no que diz respeito ao namoro... Ah!!! Como era romântico e gostoso o namoro antigamente.
Vamos tentar recordar...
Inicialmente... namorava-se nos coretos, que existiam nas famosas "pracinhas". Essas pracinhas ainda são encontradas em cidades do interior... Mas os coretos... que saudade.
As moças ficavam andando pela praça, e os rapazes ficavam olhando, criando coragem para tentar a abordagem... E haviam as famosas musicas, que "Eufrozina dedica a um rapaz de olhos azuis que está de camisa branca...". Quanta saudade.....
Outro lugar para se conhecer garotas era o salão de baile. Principalmente os famosos Bailes de Formatura. Pasmem, os rapazes não podiam ir de bermudas... Era exigível o smoking. Quem não souber o que é isto, pergunte a alguém de mais idade na família, que ele saberá explicar...
Então, era aquela manobra. Durante as primeiras danças, os rapazes observavam as moças, e vice versa. Olhavam-se, tentavam captar algum sinal de aceitação. Aí então, quando era notado algum piscar de olhos, ou algum sinal de assentimento com a cabeça, tirava-se aquela moça na próxima dança.
Conseguir colar o rosto era algo para ser conseguido após algum tempo de conhecimento. Dançava-se sempre com uma ligeira distancia separando os corpos... em havendo alguma atração, chegava-se a um roçar de corpos, mas nada muito abusado.
Depois do baile, uma luta para a famosa troca de telefones. E no dia seguinte era aquela ansiosa expectativa para ver se o ansiado telefonema acontecia. Marcava-se um encontro para ir a um cinema. No início do namoro, quando muito andar de mãos dadas, o que já era sinal de que havia uma atração. Ia-se ao cinema para assistir ao filme. Beijar a mão já seria considerado abuso. Claro que assim eram os princípios de namoro com as "moças de família". O namoro tinha que pautar pelo respeito, e sempre com acompanhantes.
Um passeio ao Zoológico, teria que ser comboiado por quase toda a família. Para um baile, sempre teria que ter a presença de alguém "mais velho" junto da moça. Sair a sós com o namorado, nem pensar. O único programa eventualmente tolerado sem companhia era o cinema, na matinê, é óbvio....
Para mostrar que tinha "boas intenções", o que seria condição "sine qua non" para o prosseguimento do namoro, seria conversar com os pais da moça, e começar a namorá-la em casa.
Então, era aquela aventura, apresentar-se ao pai da jovem e, mortificado, ter que responder a um questionário completo sobre condições de vida, e explicar que intenções tinha. Devidamente aprovado pelo "Conselho Familiar", então poderia começar o namoro, sempre em casa. Comportadamente sentados em um sofá... Cada um em uma ponta... e sempre a presença de algum ou alguns familiares pela sala. Interessante que sempre alguém tinha algo para fazer naquela bendita sala quando se estava namorando. Algumas vezes arriscava-se um beijinho, pois ninguém é de ferro, mas tinha que ser meio rápido, para não ser surpreendido.
Sexo? O que é isto? Somente após o casamento. Muitas meninas iam para a famosa "Lua de Mel", sem sequer saber para que serviam determinadas partes da anatomia de seu corpo... Do corpo masculino então, nem falar...
Era um namoro essencialmente casto. Normalmente arrastava-se por anos de namoro. Os rapazes tinham seus meios de desafogo, mas as moças... tinham que se preservar para a noite de núpcias, quando então teriam desvendados todos os segredos. Se não estivesse virgem, já seria motivo para anulação do casamento.
Era outra época. Havia mais respeito em todos os sentidos, e não apenas do homem pela mulher. Mas que era um namoro complicado, lá isso era... Era outra educação, outra maneira de pensar.
Falar do namoro de hoje em dia... Em que se "Fica" após 34 segundos de conversa... e vai-se ao motel após as duas primeiras horas de conhecimento... Falar-se o que? Apenas... Quanta saudade dos tempos da brilhantina... do beijo na mão... do respeito... Saudosismo? Claro... mas... não é para se ter saudade de um tempo onde havia basicamente respeito pelas pessoas?
E com esse pensamento essencialmente saudosista, beijo respeitosamente as mãos de minhas leitoras, e dou um cordial aperto de mão aos leitores, e que todos tenhamos UM LINDO DIA.
Namoro do passado...
Tempo bom
para ser lembrado...