Diálogo entre Carne e Razão
**Carne:** Oh, razão, quantas vezes já me deixaste à deriva,
Em meio a sombras, buscando o toque que arde,
Almas gêmeas que cruzam meus caminhos,
E eu, perdida em desejos, como uma ave sem ninho.
**Razão:** Sim, carne, tu te deixas levar pela ilusão,
Desprezando olhares que falam em silêncio,
Quantas verdades se escondem sob a superfície,
Enquanto a vida se desenrola em seu imenso.
**Carne:** Eu anseio por momentos, por um instante fugaz,
Ser amante errante, sentir a vida vibrar,
Mas tu, razão, preferes a frieza da distância,
E o que é puro e sincero, insistes em ignorar.
**Razão:** Buscas a beleza, mas em caminhos incertos,
Trocas a essência do amor por um prazer passageiro,
O céu que idealizas é um sonho distante,
Enquanto o prazer carnal se torna um verdadeiro.
**Carne:** E, no entanto, não posso negar meu desejo,
Pois em cada toque, em cada olhar, há um universo,
Uma dança de almas, uma busca incessante,
Mesmo que a dor e a dúvida façam parte do verso.
**Razão:** Mas, carne, a eternidade reside na sabedoria,
Na escolha do amor que transcende a carne,
E, ao invés de afundar em ilusões vazias,
Que tal buscarmos juntos a verdadeira arte?
**Carne:** Sim, razão, talvez juntos possamos encontrar
Um equilíbrio sutil entre o querer e o ser,
Onde a paixão não seja um mero capricho,
Mas uma entrega sincera, um eterno renascer.