Sobre o Amor
O lindo texto sobre o Amor, no Livro O Profeta , de Khalil Gibran¹, foi inspirador a muitos, em um passado não muito distante, porém, vê-se o Amor sofrendo dificuldades nos tempos atuais, quando se o percebe de três formas ou sob três aspectos:
1. O Amor do pensamento, onde aquele que o pensa, não o sente;
2. O Amor do coração, onde aquele que o sente, não o pensa, não o realiza;
3. O Amor do pensamento e do coração, onde aquele que o pensa, realiza-o.
Pensamentos vazios, sem substância, sem desejo, sem vontade não produz ação; o pensamento tem que deixar de ser um substantivo e tornar-se efetivamente um verbo, verbo que impulsiona, que empurra, que conduz a uma ação consequente e coerente com o que se pensa.
O coração que sente e não realiza, não dá a devida relevância àquilo que sente e, por isso, não age. O sentir sem o agir é o mesmo que o falar e não fazer. Core + ação = sentimento + atitude. Dizer que ama e não agir como quem ama é mais uma distorção do Amor.
(Mas, como saber sobre o agir de quem ama? Não é subjetivo?)
O pensamento que sente é um verbo (ação), que impulsiona a determinada atitude; o coração remete ao sentimento um desejo puro e sincero. A ação é impulsionada em direção à satisfação do sentimento, do desejo e, consequentemente, à realização desse desejo, na efetivação de tal sentimento, envolvendo, com as mudanças necessárias, aquele ou aquilo que se tornou objeto (no sentido de objetivo) do Ser Amante. Aqueles que amam se esforçam, por meio de ações efetivas, a se adaptar às necessidades do Ser Amado. As atitudes, quer sejam mudanças (no agir), quer sejam transformações (no pensar) deverão ser realizadas no sentido estrito da palavra, ou seja, concretizadas, tornadas feitas, para que o Amor seja.
¹ GIBRAN, KHALIL GIBRAN. O Profeta. Tradução de Mansour Challita, 1973. Gráfica Lux, Rio de Janeiro. (O Amor, págs. 9 e 10)