Bilac e Prumirim
Nunca morrer assim!
Nunca morrer num dia assim!
De um sol assim!
Me disse o poeta
Bilac eu morro sim
Com a devida vênia
Se me incumbe morrer
Que seus braços me tomem assim
Entre ondas serras e ventos
O gosto salgado na boca
Eu nadei da ilha à Prumirim
A morte se calou a cada braçada
O medo se rendeu à vista de Almada
E à praia me esperava a amada
Ela arrependida, desconsolada
Eu entre versos nadava
Que morrer que nada!
Mas a sorte estava lançada
Entre ondas me debruçava
Me fiz peixe ao arrepio dos deuses
Eles me puniram ao arrepio dos homens
O mar nunca tem fim
A travessia nunca tem fim
Se fim houver
Que seja aqui
Entre a ilha e o continente
Nesse doce mar salgado
Entre braçadas que não findam
Emaranhado de serra e mar
Me faltará o ar
Meu icônico poeta
Nadarei para todo o sempre
Entre conchas pedras e seixos
Nos versos de seu mar
Morrerei assim
Num dia assim
De um sol assim