Por que Escrevo Poesias?
Por que, pergunto-me, eu escrevo poesias? Nesta madrugada, às quatro horas, enquanto a escuridão ainda corteja a lua, eu publico mais um verso no "Recanto das Letras". E a questão persiste, insone e obstinada: Por que?
Lembro-me, enquanto a noite lentamente recua, de um filme que marcou meus anos de aprendizagem em Petrópolis, “A Sociedade dos Poetas Mortos”. O professor John Keating, um modelo inigualável de magistério, proferiu palavras que ecoam até hoje em minha mente: “Não lemos e escrevemos poesia porque é bonitinho. Lemos e escrevemos poesia porque somos membros da raça humana e a raça humana está repleta de paixão. Medicina, lei, negócios e engenharia são ocupações nobres para manter a vida. Mas poesia, beleza, romance e amor são razões para ficar vivo”.
Então, escrever poesia é uma afirmação da vida, é beber o néctar da existência, é dar voz ao eu-lírico que nos habita, é deixar fluir a paixão que pulsa em nossas veias. É o mortal tentando tocar a imortalidade, buscando uma vida além da vida, através da tinta que escorre sobre o papel.
E assim, quando a efêmera existência se desvanecer, quando o sopro final de vida se esvair de nosso ser, permaneceremos vivos, imortais, nos versos que deixamos.
Escrever poesia, portanto, não é meramente um ato. É, em essência, um sinônimo de viver!