Dia das Mães
Que seria de nós outros, sem ti?
Tu, cuja alma engrandece ao Senhor e cujo espírito se alegra em Deus.
Por isso Ele tem atentado para a humildade do teu servir.
Verdadeiramente herdarás o Seu descanso porque até do nosso primeiro dia, este domingo, não o tens de fato, pelo contrário cada dia mais nele te fatigas. Cada dia mais nele te sacrificas em nome dos nossos deleites. Meras comensalidades, as nossas, ante a magnificência de o teu servir.
Que seria de nós outros sem ti?
Enquanto a constante de nós outros é para o cultivo de vasos de guerras, tu estás sempre a nos cultivar como vasos de flores. De outro modo, enquanto estamos constantemente a carregar no nosso bojo o mal da insensatez (ainda que na pequenez do iminente ato atômico, que se traduz pela ameaça do cogumelo da ira apocalíptica), tu estás a carregar no teu bojo a sensatez da garantia de mais um amanhã (ainda que em tenra idade de vida).
Nunca vemos (ou vemos?), que há muito te contentaste com a simplicidade de um lar, de tenros filhinhos, enquanto estamos permanentemente nos agredindo por inúteis conquistas.
A respeito disto, onde anda a sabedoria do mais arguto dos estrategistas que também não consegue ver tudo isso que vês: que o concerto da vida tão somente vai até a retaguarda do front. Que sem tua complacência, nesta reta guarda, jamais conheceríamos o branco-neve, mas tão somente o vermelho-carmesim.
Ah! Se todas as fatalidades na vanguarda das nossas vidas tivessem como ápice as consequências da tua ira: O rancor de mãe! Ou que este especialíssimo teu (e nosso) dia não fosse intermitente, mas permanente como são todos os dias da tua vida para conosco.
Que seria de nós outros, sem ti?
Para nós outros fica alento da esperança do teu acalento. Acalento por ouvir choros. Sempre choros de filhos saídos de entre os braços de Lia.
Jamais choros inconsolados. De inconsoladas mães. Saídos de entre lábios de Raquel.
“Ouviu um clamor em Ramá, pranto, choro e grande lamento; era Raquel chorando por seus filhos e inconsolável porque não existem mais” (Mateus 2:8).
Pois, em assim sendo:
Que seria do amor sem ti – sem esse teu dia-a-dia – para com nós outros...