AMEMO-NOS

 

       Qual o tamanho da Gratidão com a qual nos deparamos todas as noites, ao clamar pelo sono, e todas as manhãs, ao necessitar de renascer e seguir em frente outra vez? Há como medi-la?

         A noite dura uma eternidade quando vivemos e revivemos tantas coisas grandiosas sem ao menos sair do lugar. Nosso corpo imóvel de distâncias terrenas, contudo o nosso ser profere viagens várias. São universos que ficam dentro da gente.

         Eu senti tanto respeito pela minha história, pelo simples fato de ter vindo a este mundo, sobretudo por ter nascido em uma região (Amazônia Ocidental brasileira) abundante de riquezas tanto naturais quanto de culturas, valores, pessoas simples...

         Como medir esses valores senão vivenciando-os com Gratidão?

         Deus. Alá. Buda. Jeová. Moisés. Maomé. Pai de santo. São José. Você. Eu. Nós!

       Deus é mais simples do que nossa turbulenta mente pode projetar. Ele está em tudo e tudo está Nele. Entretanto, só consigo senti-lo genuinamente se eu estiver em mim. Ora! Como poderei sentir essa fonte criadora se eu a buscar em outras pessoas ou em um templo cercado por tijolos, cimento e barreiras mentais fragdissipadas por mentes e corações confusos?

        Se eu aprender a respirar, a acionar meus pulmões e todos os meus sistemas orgânicos internos, a fim de que minhas células sintam que eu estou disposto e pronto para receber uma nova consciência de mim mesmo, um ciclo em que ser consciente é se conectar a algo maior, se conectar a uma fonte criadora,  então chegar à Fonte Criadora necessita do primeiro e primordial contato: eu comigo mesmo.

      Parece tão simples, mas o mundo de fora, com toda sua efervescência, foi programado para nos impedir esse tão especial reencontro. De nada adianta lermos inúmeros manuscritos, históricos ou “sagrados”, se não somos capazes de compreender o que sentimos e por que algumas pessoas nos tiram do sério com tanta facilidade.

       Se não nos ouvimos aos nossos próprios anseios, nossos próprios desejos e nossos próprios sonhos, qualquer voz de fora acaba mexendo com a gente.

       Lembremo-nos, então, do quanto crianças nós ainda somos!

       A diferença é que, quando criança, nosso corpo nos avisava, quase que imediatamente, quando algo não estava bem. Então, vinham logo reações como a febre e as dores localizadas em determinados pontos do corpo. Nossa mãe nos cuidava com tanto carinho e amor porquanto nosso corpo era sábio, puro, estava em equilíbrio.

     Ao crescermos, nosso corpo e nossas emoções são bombardeados por informações fragmentadas, julgamentos advindos de nós mesmos e dos outros, confusões, cobranças...

     Tudo isso cria bloqueios orgânicos e energéticos que impedem nosso corpo de se expressar com clareza, de nos comunicar com nossa real essência – limpa e pura – e, quase sempre, desaprendemos a respirar direito.

    Então, é hora de resgatarmos a nossa criança interior, para que ela volte a se expressar com sabedoria e clareza, para que possamos compreender as nossas necessidades nos diversos níveis: corporal, emocional, mental e espiritual.

      Resgatemos todas as memórias que ficaram inconscientemente em nosso corpo como momentos e fases mal resolvidos.

 

       Resgatemo-nos.

                             Sintamo-nos.

                                              Perdoemo-nos.

                                                                  Amemo-nos.

                                                                                  Sejamos gratos.

 

     Para renascermos enquanto crianças em processo de evolução.

     Assim seja!

     Assim é!

 

(GONDIM, Kélisson. Conversas com o Eu-profundo e fragmentos do Meu-mundo. 2020 - em construção. FRAGMENTOS).

Kélisson Gondim
Enviado por Kélisson Gondim em 18/03/2023
Código do texto: T7743369
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