Ser pai (42)
Ser pai é ficar grávido com o coração.
Pai é ser abraço, é ser colo, é ser mão amiga, é ser coçador de costas e fazedor de cafuné, é ser ombro para chorar.
Pai é ser cavalinho, balanço, avião, super-herói, dinossauro, goleiro, cantor, desenhista, contador de histórias, espantador de monstros, provador de comida imaginária.
Pai é ser palhaço, é parecer bobão aos olhos dos outros quando se sabe que o que importa é o que se é aos olhos dos filhos.
Pai é saber ser um sim quando for sim, é saber ser um não quando for não, e é saber que nem sempre vai saber, e ter que mandar perguntar à mãe.
Pai é ser voz quando o filho precisar ouvir, e é ser ouvido quando o filho precisar falar.
Pai é saber o que dizer quando é preciso ser dito, e é saber nada dizer quando nada precisa ser dito.
Pai é ser um explicador, muitas vezes do inexplicável.
Pai é ser ao mesmo tempo treinador e torcedor.
Pai é ser professor (menos de matemática, é impossível!).
Pai é ser mãe quando a mãe não está.
Pai é ser presente quando se deve estar.
Por isso eu não escolhi TER filhos, eu escolhi SER pai.
“Que tipo de pais escolhemos SER pelo tempo que nos foi dado estar com nossos filhos?”
Creio ser essa uma das reflexões mais importantes da vida!