GUARDO-ME

GUARDO-ME

Sil Cervantes

Quantas vezes palavras são vãs...

desnecessários vocábulos,

incapazes de descrever

um timido olhar,

um gesto,

um suspiro,

um sorriso...

Mesmo com toda maestria,

e inquestionável coerênia,

não substituem o toque,

o cheiro,

o paladar...

Guardo-me amor,

só você pode me ver,

tocar, ter...

Só você tem a chave,

capaz de abrir a porta

do meu coração,

este músculo

voluntário sim,

porque pára, todas as vezes

que você olha e não me vê

todas as vezes que você fala

e não me diz,

todas as vezes que tua boca

não procura a minha

e teu corpo cansado

não me faz de cama...

A porção melhor que trago em mim

agora,

é a tua,

guardo inteira, só pra você!

Silvana Cervantes
Enviado por Silvana Cervantes em 23/11/2007
Código do texto: T748429