PARA LARA PATRÍCIA
QUERIDA FILHA,
Foste a primogênita de uma linda história de amor, que tem vencido as contingências da vida, as intempéries do tempo. Foste o elo de ternura que selou para sempre as nossas vidas, ensinando-me o fascinante segredo da maternidade. O teu nome, LARA, deve-se ao filme “Dr. Jivago”, cuja trilha sonora abrilhanta este momento. Faz-me lembrar dos poemas que Jivago escrevia à sua amada, embora fosse tempo de guerra. Lembra-me o campo de girassóis, onde os poemas esgueiravam-se entre as flores, tocados pelo vento de Varikyno, aos primeiros albores da aurora, e ainda sob um céu encapelado pelos rigores do frio.
E a história se repete. Qual garça branca delimitas o espaço e com o próprio vôo alças aos sonhos, aos amores, porque és mulher.
“Crescei-vos e multiplicai-vos”, disse-nos o Criador de Vidas, para significar a nossa participação na construção do mundo.
Isso é amor! E amor é procura do eterno. É a forma mais linda que Deus encontrou para que o homem fosse criatura e criador: propagasse a espécie, ascendendo de acordo com as leis da natureza.
Agora, diante dos homens e sob as bênçãos de Deus, você e Ronildo dizem SIM: à vida, à felicidade, ao sonho, unindo duas almas a um só destino, num só caminho, rumo a construção de um lar que, certamente, florescerá com mais rebentos que escreverão a história dessa família.
E a família é a instituição base de uma sociedade sadia, cabendo a vocês grande responsabilidade, pois não existe nada mais sublime do que poder trazer à vida a centelha da expressão do vasto espírito infinito — um novo ser humano. Deus, em seus desígnios, antecipadamente os agracia com um filho, o Rodrigo, que também diante deste altar, espera muito de vocês. É ele o primeiro presente, a primeira responsabilidade. Como a Lara que o ama demais, sei que você, Ronildo, o amará como a um filho.
Neste momento ímpar, em que a emoção escapa-lhes pelos poros, pelos olhos, pelo sorriso, deixando-os em estado de graça, acredito que:
“O Homem é a mais elevada das criaturas.
A Mulher é o mais sublime dos ideais.
Deus fez para o Homem um trono, para a Mulher um altar.
O trono exalta, o altar santifica.
O Homem é o cérebro, a Mulher, o coração.
O cérebro produz a luz, o coração o amor.
A luz fecunda, o amor ressuscita.
Enfim, o Homem está colocado onde termina a Terra, a Mulher, onde começa o Céu!”, como bem disse o poeta.
Deus os criou para se interagirem, para se completarem. Por isso vocês se precisam, mutuamente. Devem ser iguais às asas de um pássaro, que não se subjugam, mas se equilibram lado a lado, propiciando a plenitude do vôo.
Amar é oferecer ao outro o chão, se lhe faltar o equilíbrio, ou o sonho quando a dúvida se fizer presente e o desejo tiver dificuldades para voar. O amor é um sentimento lindo que os abastecerão de energias positivas, provando que são filhos de um Deus maravilhoso, que estará sempre por perto para auxiliá-los nas fragilidades.
Nessa interação Homem-Mulher, amar é sempre querer o bem do outro, compartilhando as alegrias, a compreensão, sem imposição, sem cobranças, pois o amor não significa posse.
Doravante vocês serão uma só carne. Serão unos, dividindo todos os momentos da vida. Por isso precisarão ser sábios para relevarem as dificuldades. É questão de decisão, pois a vivência a dois se assemelha ao cultivo de um jardim, que terá dois jardineiros empenhados no adubo da terra para a exuberância das flores.
Resta, portanto, agradecer a Deus pelo novo filho que hoje passa a fazer parte de nossa família, cujo lema é um por todos e todos por um. Saiba que és muito bem-vindo entre nós, pois quem “meu filho beija, minha boca adoça”. Além de filho, será mais um aliado na defesa da paz, da união e do amor fraterno, objetivo principal que justificará nossa caminhada nesta vida.
Que Deus os abençoe sempre, e que a vida nunca os faça chorar! Que as lágrimas nunca sejam de dor, mas sempre um marco extrapolado da própria felicidade.
Parabéns meus filhos!
Sua mãe,
Genaura Tormin