Gostaria de ser livre
mas não deixam.
Se mandam deitar
eu deito,
se mandam eu ficar em casa
eu fico.
Virei protocolo,
crasso boneco,
de carne e espírito.
Não sou dono
de mim.
Sou vitrine
e portfólio.
Sou protótipo
da angústia.
Virei uma reta torta
de círculos,
onde o poder
é forte e
vesto preto.
É meu luto,
é minha vida,
que não é
minha vida.
Mas de longe, ou de perto,
me magoa,ver os fios de ouro,
escorrerem no palavreado
gótico, cheio de louros
ferrenhos de poder.