MELISSA

MELISSA

Filhos? Quantas lembranças!

Eles crescem rapidamente ao seu lado e você nem percebe. Num dia estão sendo amamentados, no outro aprendendo a andar; agora, já sabem ler. Em certo momento, esse ser, que você não notou que cresceu tanto, o surpreende, quando, em meio a uma conversa, dá uma opinião madura sobre um assunto muito controverso.

Meu Deus! Onde esta criança aprendeu isso?

Onde os dias em que andou de bicicleta pela primeira vez?

Cadê os primeiros chutes na bola? E as travessuras com shampoo no banheiro, transformado num mar de espuma? E minha “bangala” voando pela janela?

Onde se meteu o primeiro dia em que fomos ao Maracanã ou o primeiro dia de aula? Para onde foram as madrugadas de Carnaval na porta do Clube Naval à sua espera? E as festinhas no Colégio?

Quando meus cabelos ficaram brancos e eu não vi?

Quanto tempo eu perdi! Por que eu não fiz mais? Por que não fui tão criança como eles? Por que não aproveitei mais suas infâncias? Eu era feliz, mas tinha outras preocupações.

Dizem que aprendemos a ser filhos quando nos tornamos pais; porém, sem dúvida, aprendemos a ser pais quando somos avós.

Assim, minha doce Mel, sua chegada é um bálsamo e uma esperança. Saiba que você nasceu de pais bem mais atentos do que eu fui e que não cometerão o erro de ver a sua infância esvair-se por entre os dedos e, por fim, descobri-la mulher. Estou certo, que eles acompanharão o seu crescimento, célula por célula, centímetro por centímetro, dia após dia, e não se surpreenderão com a sensatez de suas palavras, com a sua generosidade e com o seu amor pela família.

Seja bem-vinda Melissa e ensine seu avozinho a ser um pai um pouco melhor, para filhos tão especiais. Eu a recebo como uma dádiva de Deus e com todo o amor que eu posso lhe dedicar.

ABC DAS LETRAS
Enviado por ABC DAS LETRAS em 12/01/2021
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