Lembranças de um amor medieval - O Templário e a Camponesa - Parte III

A noite muito fria nos fez terminar mais cedo os afazeres. Felizmente Deus nos tinha abençoado com alguma reserva em termos de alimentos e a casa de pedra nos protegia um pouco, mas tinha começado a nevar e precisaria tirar o excesso da porta no dia seguinte. Admito que sinto às vezes saudade do templo e dos irmãos da Ordem, mesmo do castelo de propriedade de minha família. Vida também era dura e além de acordar cedo tinham sempre intermináveis períodos de oração e meditação. Preferia mesmo estar em ação. Lembrei da Terra Santa e meus sempre fortes sentimentos religiosos novamente despertaram. Eu tinha lutado muito pela Glória de Deus e da Ordem; tinha orgulho de ser templário. Mas não, não mais. Nem meus irmãos de hábito me aceitariam de volta. Minha vida agora era outra.

E lá vinha minha nova "divindade" e a única por quem ergueria mais uma vez uma espada se necessário. O meigo jeito de se aproximar sorrateira e abraçar-me por trás ou o olhar de quem me deseja ardentemente... Não. Com ela retornava ao presente. Ela é o presente! Não mais um templário, o cavaleiro havia morrido; o monge não mais existia. Apenas o homem de Jennie, o protetor de Jennie, o amante e o amor de Jennie.

- Pensando em que meu querido?

- Em quem mais do que em você meu amor?

Eu a peguei de surpresa e a ergui. Ela riu alto e apenas me beijou com força já no colo.

- Já sei, meu cavaleiro. Hora de dormir!

José Pinheiro Júnior
Enviado por José Pinheiro Júnior em 02/12/2019
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