Lembranças de um amor medieval - O Templário e a Camponesa - Parte I
Num frio entardecer cavalgo lentamente próximo à minha Cornwall, celta porção da Inglaterra. Logo a noite chegará e precisarei de abrigo. Exausto dos duros meses de batalha em solo francês lamento que ainda se passará uma lua antes que chegue a meu amado feudo. O cavalo certamente precisa de água e algum alimento, mas não tanto quanto eu. Também sorveria com prazer um vinho, mesmo de má qualidade. Mas... que vejo agora, ao longe? Uma pequena e simples casinha e um rasgo de fumaça dançando para fora da chaminé cinzenta. Aproximo-me quase ofegante - comida e uma cama não recusariam a um nobre -, como nunca observei aquela casinha em minhas andanças? Não importa! Apresso o cavalo e... lá está ela!!! Quase caio do animal. Sim, a mulher que tanto povoara meus sonhos nos últimos tempos. Não pode ser coincidência, por Deus que acasos não podem existir! Eu a desejei ardentemente! Ruiva, pele muito alva, vestes típicas de uma camponesa... chego mais perto enquanto a belíssima jovem termina o que parece ser sua lida do dia. Não se assusta ao me ver, parece me conhecer e até mesmo sorrir. Os olhos...ah! Os olhos! Verdes tão claros que reluziam. E capturaram meu próprio olhar, azul e verde num breve, mas atemporal instante. Ali começaria um grande e inesquecível amor, uma paixão arrebatadora que despertaria a admiração de alguns, mas incomodaria a muitos, mas não seria vencida nem pela morte...