Lua que me lembra você
Ontem vi a lua esplendorosamente cheia e, como sempre ocorre quando observo a lua, lembranças de você emergiram. Boas lembranças!
Não resisti e das lembranças retirei o sorriso que antecedeu o mais longo, úmido e saboroso beijo que trocamos; embrulhei-o em papel celofane e dos meus braços fiz um laço em abraço, no qual aderi um cartão na forma de minúsculo retângulo, nele escrevendo: “Oi”, seguido de um ponto (.), cujo tamanho é inversamente proporcional à grandiosidade do amor nele depositado.
Ainda das minhas lembranças surrupiei o adocicado aroma de hoje que só você possui e o aspergi exclusivamente sobre o embrulho; mas no cartão coloquei o perfume de ontem, uma pequena porção daquele cheirinho de neném, para simbolizar as duas fases do nosso relacionamento.
O que farei com tais recordações embrulhadas para presente? Sinceramente não sei! Não tem sentido enviá-las para você, porque não são exclusivamente minhas: são nossas recordações!
Talvez um dia, quem sabe, possamos abrir juntos o embrulho e sentir novamente a mesma emoção de então?
Por ora guardo a esperança de que você lendo esse texto pelo menos sorria e perceba que o seu sorriso é a flor do paraíso em meio a aridez espinhosa do momento. E que só você é capaz criar novo ciclo fértil, para transformar os espinhos em flores de amor.
TA.