OS HUMILDES

Nem todos os humildes são ignorantes, mas todos aqueles que se reconhecem ignorantes são humildes.

Quando estou em sintonia comigo mesmo e principalmente conectado com Jesus fica claro como nos engamos com os valores que preenchem essa nossa vida aqui.

Não me resta qualquer duvida que o maior tesouro esteja naquilo que proporcionamos àqueles que vivem próximos de nós, família, amizades, vizinhos, estranhos, pedintes, andarilhos, viciados, enfim, irmãos que vivem conosco nesse meio.

A minha bike me conduz para vários lugares e um dos que mais me chama atenção é justamente um bairro periférico onde me deparo com cachorros nas ruas, pessoas sentadas em sua calçada contemplando o movimento, mulheres conversando bem no meio da rua, crianças brincando, homens se deliciando com sua latinha de breja, muitos empurrando seu carrinho de recicláveis que certamente garante o orçamento da família, bares lotados de gente bebendo e conversando alto, muito sobe e desce de bike, motos, carros, como também gente andando a pé.

O que fica evidente é que nesse Paraíso falta atenção por parte dos nossos governantes que só se dirigem a esses locais na época de pedir votos, depois que se garantem esquecem completamente esses nossos irmãos realmente carentes de muitos benefícios que a arrecadação dos impostos se compromete a oferecer e na prática os governos sempre deixam a desejar nesse sentido.

Não descarto que a comunidade em geral também tem sido omissa com nossos irmãos que vivem na periferia, os vemos como bandidos, viciados, vagabundos, oportunistas, enfim, os classificamos como pessoas do mal.

De uma forma geral não acredito que por opção alguém procuraria morar num bairro onde falta quase tudo, onde as oportunidades são escassas, onde o preconceito e a discriminação imperam.

Por que eu não cuidaria dos meus dentes? Por que eu não me vestiria decentemente? Por que eu não teria um automóvel?

Quando faço esse trajeto externo com a maior sinceridade “BOM DIA” a todos aqueles vou cruzando pelo caminho, não me chateia que não haja retribuição total, ainda assim, dos poucos que me retornam já me deixa satisfeito, vou paulatinamente me preenchendo a cada metro percorrido vão surgindo situações que me eleva, me conduz a felicidade plena, sinto uma energia muito positiva, até das plantas, dos pássaros e dos animais, essa harmonia me transforma e me transporta para uma condição única, absoluta, pois até o tempo não sei se para ou se avança, simplesmente não o percebo.

Com toda a minha ignorância sinto Jesus andando de bike comigo conferindo como nossos irmãos estão vivendo.