Extremos...
Eu era apaixonado por ela, dois extremos, dois mundos muito diferentes. E quem sabe ela jamais tenha enxergado o meu mundo.
Ela era correria e, eu calmaria. Ela adorava esportes radicais, aventuras e eu, bom, eu vivia preso na minha pacata rotina entre os livros e, a escrita. Para falar a verdade, eu quis agitar um pouco minha vida e, mesmo vendo a diferença gritante entre nossos mundos, eu não exitei em apaixonar-me. Até porque, quem é o ser humano que, domina os sentimentos? Eles são involuntários, tem vida própria, acontecem quando querem, não marcam hora e, nem data... Esteja nossa casa(coração), bagunçada ou não, o amor chega para todos e, simplesmente nos transforma.
Era o sorriso dela que desestruturava-me, nem sei como tudo isso começou a existir, o certo é que, o Cara tão pacato, tão brega e, cafona, sentiu a adrenalina de uma avalanche. Sempre que eu via aquele rosto fosse em fotos nas redes sociais ou, naquele maravilhoso "Acaso do destino", eu sentia-me nas mais elevadas alturas, saltando de para-quedas pela primeira vez. Eu não sabia se morreria ou, se encontraria chão depois daquele sorriso! O certo é que, ela foi minha aventura mais intensa. Sim! Diga-se aventura pela adrenalina que eu senti e que, ainda sinto. Talvez ela nem tenha percebido, mas eu escalei muitas vezes sem acessórios de segurança, os pontos mais altos da minha timidez, só para colocar no topo do meu reservado olhar, uma "Bandeira" de olhar apaixonado.
Ela continuava lá, vivenciando suas rotinas aventureiras, Skate, patins, amigos "vida louca"e, eu um tanto imaturo a tudo aquilo, tentando encontrar uma entrada naquele mundo tão dela. Falhei! Distanciei-me de tal forma que, seria impossível ela notar-me ali.
Fiz meus Ralis particulares, não equipei muito bem meu veículo de sentimentos e, infinitas vezes fiquei atolado na lama do "ser imperceptível"... Isso me arremete a crer que, o amor é a maior de todas as aventuras. Você escala temendo cair, corre em alta velocidade temendo bater... Enfrenta o frio, temendo congelar. Ama, temendo não ser amado, e por fim... Finge esquecer, por imaginar que jamais serás notado.
Seja qual for o sentido, eu sinto amor por você.
(Hámilson Carf)