ANGELA E EU
ANGELA E EU
Corria 1973, era uma quarta-feira, diferente de todas as anteriores e também das que viriam.
Na igreja Sagrado Coração de Maria e em seu salão, perante padre e juiz, uniram-se Angela e Arnaldo, pretendendo em conjunto iniciar uma trajetória, se possível, duradoura, com amor, respeito e confiança.
Conheceram-se através de amigos e colegas mútuos, que frequentavam a Ponta da Praia em Santos, pedaço de praia que hoje praticamente não mais existe, o mar foi tomando conta, avançando, e hoje bate nas pedras, colocadas pelos homens para impedir seu avanço. Ali, na esteira da Angela, eu deixava minha camisa e fazia suas palavras cruzadas, o que a deixava muito brava, mas sempre me desculpava e íamos jogar um frescobol, destacando que a bola era sempre cruzada, somos canhotos.
Pois é, começamos a namorar e jamais em momento algum, poderíamos imaginar que nesta também quarta, estaríamos como estamos, completando 45 anos juntos, com nossos sucessos, problemas, convergências e divergências, rotinas e dessuetudes, mas sobretudo, com muito amor, carinho e compreensão. Parece difícil, mas nunca foi tão fácil, passar tanto tempo juntos, com tanta consonância, graças também ao entendimento de que somos diferentes, e que aos poucos aprendemos a respeitar nossos momentos e espaços. Continuaremos juntos, até a despedida, que espero seja tardia, afinal viver um amor tão marcante é um prazer indescritível. Virão outros 14 de março, mas o próximo a cair numa quarta-feira será em 2029, até lá, meu amor!!