Ainda sem respostas

Tento pensar numa essência que, talvez, nem exista ou, talvez, exista escondida, debaixo de tanta futilidade, egoísmo e desvario; sob sua voz grave, sob a luz dos teus olhos de anjo. Todos os segundos, me viro do avesso pra esquecer que, na realidade, você não tem absolutamente nada espiritual ou emocional que eu possa continuar Amando e que, sendo projeção apenas da minha mente e dos meus sonhos, não Amo senão a mim mesma e o que tanto construí de você

em mim. Fico tentando buscar respostas de Deus(es) que sempre estiveram respondidas a centímetros dos meus olhos? É um grande nada? Mas como pode exatamente Tudo que me move e me dá esperanças ser absolutamente nada? Material, perecível, aquelas pequenas frações de tempo que passamos juntos: nada? Então é isso? Eu esperei anos dessa vida por nada, mais que tanto tenho esperado entre tantas outras vidas, entre tantas frações (a)temporais?

Até quando? Já foram lágrimas choradas demais, rompimentos insuportáveis, buscas em vão. Já não sei mais decifrar símbolos, sonhos e tantas vozes. Não cabe mais a mim esperar por um Amor que parece só existir na dor e na perda. Não consigo mais aguardar imaginando que, um dia, a (nossa) luz vencerá o rastro mutável da matéria e possamos voltar à origem onde a paz e o infinito do colo de Deus nos recompensará por todo o Amor deixado nesses grãos de pó e esquecimento do universo.

Anna Beatriz Figueiredo
Enviado por Anna Beatriz Figueiredo em 17/06/2017
Reeditado em 17/06/2017
Código do texto: T6029563
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