Escolhas feitas no tempo certo.

Um dia, resolvi dar uma chance para o amor, e abrir a porta do meu coração. A surpresa foi inevitável, porque eu nem mesmo sabia o formato do amor, se “cúbico” ou “quadrado”, mas descobri que o amor tinha liberdade e tinha som. E ele veio sem pressa, numa proporção ideal. E encontrou o seu lugar, para um repouso seguro num coração de um “jovenzinho”. Veio com atitude, demarcando território. Um amor que tinha um ponto certo, num exato equilíbrio, mas sem coragem de se revelar.

E o amor parecia tão simples. Com cheiro de flores do campo e borboletas esvoaçantes. Foi gerado à beira rio, numa concepção vigiada, e nascido sob expectativas de um sonho estrelado. Sua essência era o magnetismo de poucas linhas escritas num velho papel, e promessas de constantes correspondências, as quais serviriam de conforto nos momentos de saudade. E como doía aquela saudade que parecia não parar. Apenas sentia o coração cortar a ponto de pegar o violão para cantar uma canção, mas me lembrava de que não sabia tocar. E ainda assim, dedilhava o violão, ao som de uma canção que me ensinava que ela não estava ao meu lado. Ah, como seria ir ao seu encontro seguindo no trem azul?

Eu tentava expressar a vida de forma diferente nesse amor, apenas porque a esperança que continuava viva era vital para a minha sobrevivência. Porque não havia noite ou manhã, nas quais ela não estivesse no meu pensamento. E uma compreensão que muitas vezes se tornaram em lágrimas. Sim, não adiantava lutar contra isso, ou inventar histórias dizendo que nunca chorei. Apenas precisava ganhar coragem para viver aquele amor e fazê-lo conhecido ao mundo. Porque o amor nos enche de esperança e de bondade, além de força para lutar qualquer guerra.

Bem, depois de amar sem uma entrega sincera, parece que a gente desiste, ou pelo menos finge que não é amor. Talvez porque descobrimos a verdade, e nesse amor, descobrimos a felicidade, e a gente tenha medo de ser feliz. Embora eu saiba da minha culpa, sei que tive medo de ser feliz, porque quis descobrir no céu todas as estrelas, enquanto meu sorriso deveria ser dirigido apenas a certa “estrela guia”. Enfim, depois de nos perdermos num universo sem cor, descobrimos tudo que faz sentido. Descobrimos as várias faces da vida, com sua importância e especialidades. Eu descobri que o amor é algo importante e que ela é esse amor. Uma pessoa tem muito a aprender com seus erros, e sobre o verdadeiro valor da vida.

Talvez não seja tarde para reencontrá-la, para rever a virtude do seu sorriso, e dividir o amor que sobreviveu guardado no meu coração.

Jorge Antonio Amaral
Enviado por Jorge Antonio Amaral em 17/03/2017
Reeditado em 20/03/2017
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