Silêncio

Minh'alma nunca desejou tão profundo silêncio. Nunca, antes, houveram dias iguais a estes quando tanto eu desejei, até mesmo, morrer para não sentir; sumir para não mais encará-lo; me enterrar ou voar onde ele nunca fosse capaz de alcançar. Tem me doído mais que posso suportar. Tenho tentando me poupar da minha própria pena. Não ter ele perto é como um estrondo oco no peito; tê-lo assim é como um estrondo oco ateado fogo e me consumindo. Os segundos não passam e as pequenas fagulhas do tempo são lacunas escuras gritando a pó e vento: "é seu carma. Pague. Aguente. Deus te espera no final". Mas eu sei que no "final" não haverá nada mais que cartas e palavras perdidas, esquinas silenciosas e horas de arrependimento. O Amor dele é meu próprio sangue onde corre o pior veneno, mas meu único antídoto.

Anna Beatriz Figueiredo
Enviado por Anna Beatriz Figueiredo em 15/08/2016
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